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Cineasta Lu Peixe é premiada com filme de terror sobre o garimpo ilegal na Amazônia

O projeto foi o grande vencedor da 4ª edição do Marahu Lab na categoria Projetos de Ficção

O Liberal

A cineasta Lu Peixe foi a grande vencedora da 4ª edição do Marahu Lab na categoria Projetos de Ficção. A paraense disputou com o projeto de longa-metragem “Olhos de Ressaca”, que aborda a questão do garimpo ilegal e da exploração de minérios na região sudeste e sudoeste do estado, a partir do gênero do terror. 

O projeto tem produção de Rafael Ferreira.

A premiação ocorreu no encerramento da 4ª edição do Marahu Lab, na última sexta-feira (27), no Sesc Ver-O-Peso, em Belém. Além de “Olhos de Ressaca”, o projeto "Belém Cidade Sound System", de roteiro e direção de Felipe Pamplona e produção de Marcio Crux, foi o vencedor da categoria Documentário.

Lu Peixe explica que o projeto de ficção, que está na fase inicial, participou da formação do Marahu Lab e passou por consultoria de roteiro e produção executiva com profissionais do setor audiovisual. 

“Ele fala sobre a mineração na Amazônia, com recorte na região da Volta Grande do Xingu. O objetivo é usar a questão da exploração socioambiental, dos impactos que as atividades de mineração causam no meio ambiente e nas pessoas, com elementos de terror, assim como também dar ênfase na contribuição de povos afrodescendentes e povos originários na preservação e no cuidado com o território”, adianta Lu.

“Esse reconhecimento é um estímulo à produção do projeto, que tem um longo caminho pela frente até ser realizado. Para a gente, é muito urgente fazer esse trabalho, falar da nossa região de outras formas, tentando fazer com que a gente consiga trazer os temas da Amazônia em uma linguagem mais acessível”, conta.

O Marahu Lab ocorreu entre os dias 24 e 27 de setembro, e contou a com a presença de profissionais e organizações como a Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte, Nordeste (Conne), a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o Nordeste LAB, o Matapi, a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) e a TV Globo.

“O Marahu Lab, no geral, contribuiu para o amadurecimento do projeto, o projeto tomou mais corpo, porque a gente discutiu o roteiro com pessoas com experiência no mercado, discutiu a forma de captação de recursos, estratégias para a minha produtora, a Cine Diáspora, que é uma produtora que já tem alguns anos, mas que ainda não acessou grandes investimentos, justamente porque o audiovisual é um mercado muito restrito”, finaliza. 

Peixe é cineasta e arte-educadora, mestre em Arte pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Coordena o Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus e a produtora Cine Diáspora. Em 2022, recebeu o prêmio de Melhor Direção de Fotografia no Festival de Cinema Olhar do Norte, com o filme “Meus Santos Saúdam teus Santos”, de Rodrigo Antônio. Em 2023, foi premiada no Lab Narrativas Negras da Apan, com o projeto do curta-metragem “Nas Ondas do Rádio”.

 

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