MENU

BUSCA

Cineasta paraense dá dicas de filmes documentais no Dia Nacional do Documentário brasileiro

O diretor e roteirista Fernando Segtowick apontou três sugestões de documentários e avaliou a produção do gênero no país

Emanuele Corrêa

O gênero audiovisual "Documentário" é celebrado neste 7 de agosto, considerado o "Dia Nacional do Documentário brasileiro” por homenagear o cineasta Olney São Paulo, que foi preso e torturado durante a ditadura militar e que faleceu aos 41 anos, vítima de câncer. O diretor e roteirista Fernando Segtowick apontou três sugestões de documentários e avaliou a produção do gênero no país. Confira!

VEJA MAIS

Liverpool anuncia lançamento de documentário sobre Firmino
Série de três episódios chamada ‘Bobby’ retrata a carreira do atacante e terá primeiro episódio exibido dia 14 de junho

Documentário de Xuxa mostra reencontro com Marlene Mattos; vídeo
Trecho do encontro foi exibido durante o Fantástico desse domingo (9) em uma reportagem especial sobre a estreia de 'Xuxa, o documentário'

Fernando Segtowick tem produções documentais premiadas em festivais internacionais, à exemplo do longa-metragem documental "O Reflexo do Lago" que participou da Mostra Panorama do Festival de Berlim (2020), além de dirigir a série documental “Sabores da Floresta” (GNT e Globoplay). Sua experiência o coloca entre os nomes de profissionais que fomentam o gênero no país.

Questionado sobre a importância do gênero documentário, principalmente o brasileiro para a produção audiovisual, Segtowick conta que desde o surgimento do cinema há o interesse em registrar situações não ficcionais e sua importância vem daí. "A importância do documentário vem justamente de partir de algo real para construir uma narrativa que muitas vezes é praticamente um filme de ficção. Também por ser uma produção de menor custo, normalmente abraça temas e personagens mais polêmicos, mais estigmatizados que o cinema comercial", destacou.

No Pará, o diretor analisa que a cena é recente, no entanto, é possível destacar trabalhos que também se somam à cena nacional. "Nossa produção no Pará ainda é recente e as carreiras ainda estão se formando, mas destacaria o documentário 'Transamazônica' da Renata Taylor, Bea Morbach e Débora McDowell sobre travestis que vivem à margem da rodovia Transamazônica e disponível no streaming AmazoniaFlix", disse.

"Em nível nacional gosto dos documentários pessoais como o Santiago, do João Moreira Salles, dos filmes da Maria Augusta Ramos (O Processo, Justiça e Juízo) e toda a obra do mestre Eduardo Coutinho", completou.

Atualmente Segtowick dirige as séries documentais “Bar Brasil” e “Olhares do Norte: Pará”, ainda sem previsão de estreia e é produtor-executivo do telefilme documentário “Villa-Lobos em Paris” que será exibido ainda este ano, no Canal Arte1. Seu interesse pelo gênero não é recente e Fernando destaca quais temas são caros na sua carreira. "O documentário por trabalhar com temas e pessoas reais se torna uma prática ainda mais difícil e complexa que a ficção, o que é um desafio como roteirista e diretor. Vivendo na Amazônia, muitos temas me tocam e me movem para a produção documental, como nossos conflitos sociais e ambientais, cultura e gastronomia. Com nossa dificuldade de captar grandes orçamentos, os projetos de documentários se tornam mais viáveis também", constatou.

O cineasta reuniu três sugestões de documentários e são eles: "Baronesa, de Juliana Antunes", sobre amigas que enfrentam a violência do tráfico em BH ; "Guerras do Brasil.doc" e "Espero tua (Re)Volta". "Guerras do Brasil.doc – Ao contrário do senso comum, o Brasil já foi e é território de vários conflitos, a série elenca vários deles como o extermínio indígena, canudos, guerra do tráfico entre outros. Disponível na Netflix", sugeriu.

"Espero tua (Re)Volta – Da diretora Eliza Capai, um retrato dinâmico das lutas estudantis desde as marchas de 2013 até a vitória do ex-presidente Bolsonaro em 2018. Inspirada pela linguagem do próprio movimento, o filme é conduzido pela locução de três estudantes, representantes de eixos centrais da luta. Disponível no Globoplay", finalizou.

As sugestões de Segtowick estão disponíveis nas plataformas de streamings e, para ele, essas plataformas ajudam a popularizar o acesso ao audiovisual no geral. "As plataformas de streaming popularizam o acesso a diferentes tipos de séries e filmes, não somente documentários. Acredito que houve um boom de projetos mais ousados anteriormente, há alguns anos. Hoje os novos projetos estão muito dominados pelo gênero do true crime", avaliou.

Cultura