Cidade em Frestas promove programação virtual nas Ilhas do Combu e Outeiro

O palco do Cidade em Frestras, iniciativa de artistas de Belém que promove intervenções artísticas e troca de saberes, será as ilhas do Combú e Outeiro. Em sua 18ª edição, as ações e projeções vão se concentrar no Ponto de Cultura Biblioteca Comunitária Tralhoto Leitor, no Outeiro, e poderão ser acompanhadas pelas redes sociais do projeto no domingo (15), às 18h30. Na live, as artistas e convidados vão partilhar imagens e registros de vídeos com trabalhos de artistas.

O projeto pensado pelas artistas Galvanda Galvão, Josi Mendes, Monica Lizardo e Yvana Crizanto integra o edital de Artes Visuais, da Lei Aldir Blanc, por meio da Fotoativa, em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult).

Nessa edição, ele se volta para região insular do entorno de Belém. “Nosso conceito Nômade Insular, com o tema Mostra Tua Ilha, fala de deslocamentos de territórios imaginários, de diálogo entre as diferenças, através das diversas expressões artísticas em múltiplos cenários”, explica uma das idealizadoras do projeto, a artista visual e antropóloga Monica Lizardo.

Para isso, contará com a participação de duas figuras singulares dos locais escolhidos. “Transmitiremos uma live com o mestre o Apolo, de Caratateua, cordelista e produtor de arte, idealizador do Ponto de Cultura Biblioteca Comunitária Tralhoto Leitor, e a professora Giselle Trindade, moradora da Ilha do Combú, e professora na Comunidade Quilombola de Itancoã Mirim”, detalha.

O projeto iniciado em 2018 busca promover encontros de artes em bairros e praças públicas, mas por conta da pandemia precisou ser adaptado. “Passamos a receber pela web a produção artística e a realizar projeções nos lugares em que já ocorre a passagem de pessoas. Nossa premissa é o cuidado individual e coletivo. Evitamos qualquer forma de aglomeração e seguimos todos os protocolos recomendados”, ressalta.

Nesse novo formato, as projeções de arte passaram a ser transmitidas pela internet e atingem um público grande e diversificado. “O contato pessoa a pessoa por certo não é substituído pelo aparato tecnológico, no entanto, o alcance e circulação da arte tomou outro caráter nestes tempos difíceis de pandemia, e se é imperioso nos reinventar para protegermos a nós e o coletivo, é possível também dilatarmos as distâncias e cortamos os territórios imaginários, feito flechas de resistência, transformação e esperança, através das múltiplas expressões artísticas, em meio a estes dias sombrios que atravessamos em nosso país e no mundo”, avalia a artista.

As próximas edições do projeto já estão marcadas para ocorrer em quatro bairros de Belém, em formato predominantemente virtual, priorizando as projeções em locais públicos e a transmissão pelas redes sociais. Mas assim que for possível, Monica garante que o projeto voltará a ocupar outros espaços, como no início do ano passado quando chegou à Ilha do Marajó. “Nos interessa este deslocamento a outros municípios do Pará. Tão logo a pandemia apresente panorama favorável, com vacinação em massa, por certo expandiremos o Cidade em Frestas, de forma presencial”, garante.

A edição #nomadeinsular vai trazer trabalho de artistas que compartilharam seus olhares sobre as ilhas de Belém como: Márcia Gomes, Paula Paiva, Karina Martins, Pedro Preto, Boaventura Jr., Danubia Sarmento, Dona Nena/Filha do Combú, Rafaela Nascimento, assim como Janete Costa, do Periquitaquara,à professora Gisele Trindade Conceição, do Periquitaquara; Margarida Alves e Nilza Oliveira.

Artistas convidados também marcaram presença no projeto com suas obras como: Cincinato Marques Jr., Fatima Ventapane, Marcela Inajá, Marise Maués, Renan Kishetje, Rochelle Costi, além de Anna Dantes e Ailton Krenak com a Flecha 1 - A serpente e a canoa. Participação com animação: O Menino Urubu, Festa na Pororoca e Antônio Moura - imagens expandidas e insulares.

Agende-se: Cidade em Frestas - Nômade Insular será neste domingo, dia 15/08, a partir das 18h30 nas redes sociais @cidadeemfrestas, também no Youtube.