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Centro de Belém ganha obra de arte de 49 metros de altura; entenda

Criada por Mina Ribeirinha, a obra tem inspiração na força da mulher amazônica e na ancestralidade

Bruno Menezes | Especial para O Liberal

Os moradores de Belém que passarem na esquina da 1° de março com a Manoel Barata, no bairro da Campina, terão uma grande surpresa a partir desta sexta-feira (6), com a inauguração da obra de arte “Asase ye duru - A guardiã da Floresta e da Vida”, um mural desenho de 49 metros de altura.

A obra de arte ficará exposta na parede do Edifício Nuno Álvares e foi selecionada pelo grupo curatorial da 1ª Bienal das Amazônias. De autoria da artista paraense Mina Ribeirinha e realizada em conjunto com a produtora de arte urbana Tinta Preta, a pintura é feita no modelo chamado de “empenas”, que consiste na arte aplicada nas paredes laterais de edifícios, sem janelas ou aberturas.

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“Essa vivência em coletivo me ensina bastante sobre a representatividade das mulheres na Amazônia, a manutenção das vidas, das nossas e dos nossos, para que a Amazônia permaneça de pé. Conviver com a ancestralidade presente em cada uma, a cada dia, me conecta mais às redes de resistências femininas”, explica Mina Ribeirinha.

A obra de Ribeirinha tem o objetivo de transmitir reflexões importante sobre a Amazônia, como o sagrado feminino e as mulheres que vivem e trabalham para a floresta permanecer de pé. A arte também aborda a questão da justiça ambiental, a sociobiodiversidade e a sabedoria de aprendizados ancestrais que devem ser passados para a construção de um futuro mais sustentável.

“Apresento, nesta obra que remete à força da conectividade de mulheres, a Amazônia como uma mulher mãe, responsável por gerar a vida, parir a vida que alimenta, nutrindo nosso povo com tudo que a terra, o rio e a mata dão. É de onde herdamos nossas forças, nosso jeito de fazer, nossas culturas, nossa ancestralidade, nossas sabenças”, explica a artista.

A pintura, que estará em evidência bem no centro de Belém, faz referências ao formato do útero de uma mulher e plantas amazônicas, como a mururé, que faz conexões em redes e se alimenta de forma coletiva. A obra também apresenta grafismos Adinkras – símbolos gráficos que representam conceitos da cultura Ashanti, da África Ocidental – os quais representam a comunicação ancestral e estão presentes nas arquiteturas amazônicas, como as casas de madeira de beira de rio.

“A obra traz um tom muito orgânico, com núcleos em cores vibrantes, destacando tons terrosos, verde e amarelos para representar a natureza da Amazônia no intuito de capturar a beleza, dignidade e força das pessoas dessa região”, conclui Mina Ribeirinha.

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