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Pinduca completa 83 anos com saúde, mas sem cumprir quarentena

Em entrevista exclusiva, o artista disse que 'se ficar parado, adoece', mas 'usa máscara 24 horas, até dentro de casa''.

Enize Vidigal

Mestre Pinduca, um dos mais célebres representantes da cultura popular paraense, chegou aos 83 anos de idade, na última quinta-feira, 4. Em entrevista exclusiva ao portal OLiberal.com, ele contou que vem atravessando a pandemia com muita atividade, pois costuma sair diariamente para tarefas rotineiras pessoais, como banco e supermercado, e até fazer faxina em casa, além de escrever algumas novas composições.

Longe de estar satisfeito por ter tido os shows cancelados, o Rei do Carimbó tem a compreensão de que pertence ao grupo de risco da Covid-19, mas afirma que não consegue ficar parado, em quarentena.

"Estou bem de saúde, em plena forma. Não fiz quarentena. Sou de muito movimento, não tenho condição de parar. Mas ando protegido de máscara, de chapéu e blusa de manga comprida. Não posso ficar em quarentena se não vou adoecer". 


De bem com a vida

A data foi celebrada na casa da família com esposa e alguns filhos e netos. Após café e almoço especiais, o cantor e compositor foi centro de uma roda de netos que lhe perguntaram sobre o seu jeito de viver: "Eu não me aborreço com ninguém, gosto de estar alegre e sorrindo com as pessoas. Coloco tudo na mão de Deus".

Ele revelou o segredo da longevidade: "Eu tô me sentindo bem, em plena forma. Eu acho que a pessoa, a partir dos 50 anos, tanto o homem como a mulher, tem que começar a refletir que a vida é pra ser vivida: vida boa, calma, de amizades, de compreender que somos todos iguais, de viver em harmonia, ser bom para os outros, por aí", completa. 

"Eu ando procurando uma pessoa que eu não goste, é difícil (risos). Não tem".

Questionamentos da pandemia

"Uso máscara até dentro de casa. Quero saber porquê tô usando máscara 24 horas. Acho q eu já tô viciado", brinca o autor de "Marcha do Vestibular", "Sinhá Pureza", "Carimbó do Macaco" e tantos outros sucessos. 

Ele acredita que a pandemia é uma "guerra química", a "3a Guerra Mundial", à qual espera que acabe logo para voltar a se apresentar. "Essa guerra foi anunciada há muito tempo, mas quem fez, não sei, se foi obra da natureza ou do homem, não posso dizer (...) Músico não pode falar nada fora dos limites".

Pinduca teve "meia dúzia" de shows cancelados com a pandemia e teve que devolver parte dos cachês que recebeu adiantado. Hoje, a principal preocupação dele é com o fim dessa fase para poder retomar os shows, pois tem receio que não tenha saúde até lá.

"Dizem que pode durar até o final do ano. Fico preocupado se ainda vai demorar pra acabar. Quero voltar a cantar, mas ano que vem estarei com 84 (anos). Se eu estiver inteiro até acabar esse negócio, ainda volto a fazer show.”

Fazendo história na música

image Orquestra de Orlando Pereira. Pinduca é o segundo agachado, da esquerda para a direita (Arquivo da banda)

Aurino Quirino Gonçalves, o Pinduca, saiu de casa aos 14 anos de idade para se tornar músico profissional. Tocava bateria na Orquestra Orlando Pereira, mas somente depois assumiu o vocal e lançou carreira solo. O primeiro disco veio em 1973. 

Com mais de 30 discos lançados na carreira, em 2017 ele foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Músicas de Raízes Brasileiras com "No Embalo do Pinduca".

"Aprendi a ser músico e a ter esse comportamento alegre. Todo músico tem coração e alma de criança, é risonho, cota e canta, se diverte e diverte os outros. Continuo assim".

 

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