Ex-vocalista da Gang do Eletro critica 'exaltação' de Anitta em Belém: 'Não veio fazer filantropia'
Keila desabafou sobre como os paraenses agem com 'hipocrisia' com os artistas locais
A ex-vocalista da Gang do Eletro, Keila, utilizou as redes sociais, nesta quarta-feira (1º), para desabafar sobre a “hipocrisia” que alguns paraenses estão tendo por aplaudir a vinda da funkeira Anitta para Belém, e ignorar a cena artística local, que também busca valorizar nos palcos a cultura do Pará. “Ela não veio para fazer filantropia não porr*”, disparou a cantora.
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Em uma publicação feita no Instagram, Keila afirmou que está há anos produzindo conteúdos representativos da periferia paraense e sem suporte financeiro. Em seguida, ela relaciona com a vinda da carioca para gravar no Ver-O-Peso e na Vila da Barca, locais periféricos da cidade, elogiando a atuação da funkeira em valorizar o Estado sem “caricaturas e estereótipos”.
“Eu adoraria ter participado, quem não gostaria de se conectar com a maior artista do país. Estou feliz pelas manas que estavam lá me senti representada. Mas sabe o que eu queria mesmo?! Que vocês usassem essa energia para tornar artistas como eu e tantas outras mulheres que representam a nossa música tão grande como merecemos. Que vocês gritem ENDOIDA CARALH* quando a gente tiver se matando no palco”, desabafou, acrescendo que também vive da música e sente falta de reconhecimento dos próprios moradores da cidade.
Keila também alfinetou o comportamento de certas pessoas que deram à Anitta o título de “salvadora da pátria”, por ter valorizado os elementos nortistas. “Parem de ficar fazendo textos cobrando artistas porque de alguma forma se afastou do que na concepção de vocês é música paraense, o que é música paraense pra ti? Já foi em uma festa de aparelhagem? Conhece os mestres das guitarradas? (...) Anitta achou f*da, realmente é! Vai causar impacto que tá buscando. Ela não veio para fazer filantropia não porr*”.
Por fim, a artista paraense diz já ter sofrido comentários maldosos por causa dos seus figurinos e da dança do “Treme”, e pede que as pessoas para de agir com “hipocrisia”.