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Caetano e Bethânia: Xande de Pilares segue o legado dos irmãos baianos e é indicado ao Grammy Latino

O álbum Xande de Pilares é único brasileiro indicado a álbum do ano da premiação

O Liberal

O público que assistirá ao show de Caetano Veloso e Maria Bethânia em Belém amanhã, no Estádio Mangueirão, a partir das 21h, não somente vai desfrutar de um dos shows mais esperados do ano, como também escutará algumas canções que estão em um álbum indicado ao mais importante prêmio da América Latina, o Grammy Latino. “Xande canta Caetano” é o único trabalho brasileiro na categoria de melhor álbum do ano.

“Quem escutar esse disco vai conhecer o Alexandre Silva de Assis e não o Xande de Pilares. Nunca imaginei gravar um disco homenageando uma das minhas maiores referências na música. É simplesmente sem palavras. Por isso, digo que é um divisor de águas. Um álbum que traz muito de mim, da minha história e do meu propósito com a música”, conta o artista.

A ideia do disco surgiu no início da pandemia depois de muitas conversas sobre a música e cantorias na casa de Paula Lavigne. No entanto, o encontro entre os dois artistas já aconteceu há uns anos e, inclusive, tem um padrinho, Pretinho da Serrinha, que enxergou no Xande, um artista que Caetano Veloso teria que conhecer.

“Pretinho é simplesmente incrível. Ele foi o padrinho desse encontro, pois foi quem me levou para a casa de Paula Lavigne e, assim, pude conhecer Caetano. Lembro até hoje da sensação de chegar naquele apartamento e conhecê-lo pela primeira vez. Voltei ao meu passado, porque foi quando, ainda criança, aprendi a tocar cavaquinho inspirado nas cifras das músicas de Caetano. Eu rearranjei as cifras, pois são todas para violão, e adaptei para a minha realidade. Tanto que quando cantei “Ela e Eu”, Caetano ficou extasiado. Eu não esqueço jamais”, relembra Xande de Pilares.

“Não teve um dia durante toda a execução do projeto que eu não tenha lembrado do meu avô que sempre me ensinou a importância de cantar de tudo e não apenas aquilo que eu gosto. Não consigo escolher uma faixa favorita, porque todas carregam uma história e um motivo para estarem ali. Tivemos uma liberdade muito grande em conduzir esse projeto e de escolher cada música que entraria", destaca ainda o cantor.

Apesar do álbum ser uma homenagem a Caetano Veloso, o baiano não contribuiu com nenhuma faixa. Segundo ele, surpreso com os arranjos de Pretinho da Serrinha e com a escolha de todos os envolvidos, “o álbum mostra com nitidez e amplidão a maravilha que é”. “Um sentimento de orgulho e de renovação da confiança no Brasil. Como é algo de grande força e beleza (não se trata de uma mera tradução de pop para samba, como já se fez com êxito e agrado: é expressão nova e de valor próprio) e está ligado a mim, a áreas profundas da minha alma, sinto talvez mais intensamente a crença no Brasil bom que coisas assim sugerem”, comemorou Caetano Veloso, na época do lançamento.

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