Bob Marley: a voz do reggae e da liberdade faria 80 anos nesta quinta (6)

Cantor e compositor jamaicano morreu em 1981, mas deixou um legado eterno que reúne música e luta pela justiça social entre povos e pessoas

Eduardo Rocha
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“Nenhum deles pode parar o tempo”. Esse verso na canção ”Redemption Song” (“Canção de Redenção”) traduz toda a história de vida e luta do cantor e compositor jamaicano Robert Nesta Marley, mundialmente conhecido como Bob Marley, que completaria 80 anos nesta quinta-feira (6). Ele nasceu em Nine Mile, em 6 de fevereiro de 1945, e morreu em Miami (EUA), em 11 de maio de 1981, vítima de câncer, aos 36 anos de idade. Ao longo de sua carreira como o maior divulgador do gênero musical reggae e da cultura da Jamaica, Bob cantou a busca pela justiça social, ou seja, contra a discriminação racial e pela igualdade entre as pessoas e os povos no mundo. Tudo ao som de uma música singular, misturando reggae, ska e rocksteady. Por isso, Bob Marley não é esquecido por seus fãs, e nesta quinta-feira (6), na sexta (7) e no sábado (8), será relembrado em três eventos em Belém.

A organização é do Coletivo Reggae Resistência com apoio das Ladys do Reggae. O primeiro evento “Aniversário Bob Marley 80 Anos” ocorre nesta quinta-feira (6), às 19h, no Bistrô da Rê. Na sexta-feira (7), a partir das 17h, no Templo de Jah, no Beco do Carmo, na Cidade Velha. E no sábado (8), às 15h, “Bob Marley Vive!” terá lugar no Jimmy Bar, no bairro do Tapanã.

image DJs Jamaica Cleide Roots Vitor Pedra Daniel Morais: homenagem a Marley em Belém (Foto: Edcley Iglesias)

Os eventos vão ter performance dos DJs Jamaica, Cleide Roots, Vitor Pedra, Daniel Morais, Fabio Lopes, Zumbi Rasta, Os 4 Primos, Eric Vibration, Tiago Silva e Suremar.

Daniel Moris, DJ Selecta, colecionador, produtor cultural e ativista do Movimento Reggae de Belém, destaca que o reggae é uma música que pode libertar mentes e almas, porque tem em suas letras um forte conteúdo político e social. “As letras de Bob Marley são em sua maioria um grito de justiça por direitos iguais e contra o racismo, esse é o legado deixado por ele e que conquistou o mundo”, enfatiza.

Foi em 1973 que Bob Marley & The Wailers gravaram o primeiro álbum intitulado “Catch a Fire”. Gradativamente, essa música com toda a sua vibração e filosofia foi sendo descoberta por artistas que chegaram a regravar canções de Marley, como Eric Clapton, um nome sagrado no rock. No universo de artistas do reggae, gravaram músicas de Bob nomes como Ijahman Levy, Don Carlos, Culture, Rita Marley, Cedella Booker, Joe Wamanaka e Byron Lee.

Muitos cantores e compositores e bandas receberam influência do artista jamaicano, como Steve Wonder, Joe Cocker, Sinéad O´Connor, The Police e até a lenda do heavy-metal Led Zeppelin, como pode ser verificado na canção “D´yer Mak´er”. Bob gravou 13 álbuns de estúdio, cinco álbuns ao vivo; 133 singles, fora as compilações e box sets.

Em Belém, no Brasil

Em Belém, como repassa Daniel Morais, a primeira banda de reggae foi a Leões de Soweto com Negrô Jô. Edson Catendê gravou várias faixas em homenagem a Bob, as bandas Holy Pibe e Cristal Reggae tocavam músicas dele no repertório. Hoje, estão na ativa Adrianinho, da Yemanjah, e mais Reggae Town e Jaffa Reggae.

“A proximidade do Pará com o Caribe e a música que tocavam nas aparelhagens sendo muitas delas reggae, isso influenciou muito essa paixão do paraense pelo reggae. Os elepês chegavam nos portos e eram vendidos no Ver-o-Peso. Ras Alvim e Ras Margalho foram os responsáveis por difundir o ritmo aqui. O primeiro importado de reggae comprado por Margalho no Ver- o- Peso, e era do cantor Wiston Curtis”, relata Daniel Morais.

Todos os anos, no mês de maio, Belém sedia o evento “Tributo a Bob Marley”. A organização é da Associação Paraense de Reggae. Em março de 1980, Bob veio ao Brasil, mas não foi autorizado pelo governo da época a se apresentar ao público. O artista aproveitou, então, para jogar futebol com cantores brasileiros.

Na luta pela liberdade, Bob Marley  deixou canções inesquecíveis: "Is This Love", "No Woman, No Cry", "Could You Be Loved", "Three Little Birds", "Buffalo Soldier", "I Shot The Sheriff", "One Love", 'Get Up, Stand Up", "Waiting In Vain" e muitas outras.

A batida seca e cadenciada da guitarra, o som marcante da bateria e percussão, a força dos vocais, o acompanhamento dos teclados e, em especial, o pulsar do contrabaixo fazem do reggae uma música contagiante, perfeita para embalar o sonho de paz com justiça no mundo. Porque como canta Bob Marley, muitos poderosos podem fazer a guerra dilapidar o meio ambiente e se aproveitar de pessoas, mas não podem parar o tempo que sempre traz a esperança e fatos novos.

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