Bloco ‘Império Romano’ ganha as ruas de Belém como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará
Centenas de foliões curtiram o cortejo que marca o primeiro grito de Carnaval do Brasil
O Bloco Recreativo Carnavalesco Líbero-Musical e Antifóbico "Império Romano" ganhou as ruas dos bairros do Umarizal e Reduto neste dia 25 de dezembro de 2025, de uma forma especial. Agora oficialmente, o cortejo é Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará.
Há 54 anos animando os foliões com o primeiro grito de carnaval do Brasil, o "Império Romano" une amigos para brincar e se divertir. Mas a preparação começa alguns meses antes.
“O bloco proporciona aquele prazer e brincadeira, parece que a gente liberta o Carnaval, como amante do Carnaval isso é importantíssimo. No ‘Império Romano’ várias pessoas saem comigo, outras eu encontro no caminho, e vamos brincando até o final. Sempre deu tudo certo, esse ano mais anda”, pontua André Matos.
O folião celebra esse novo momento vivido no cortejo. “O Império ter se tornado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará é muito importante para o Carnaval Paraense, até por ser o primeiro grito de Carnaval do Brasil, isso é muito orgulho para o paraense, principalmente para quem gosta de samba e Carnaval como a gente”, finaliza.
Na concentração, os lençóis e fantasias romanas já sinalizavam que os foliões estavam prontos para o cortejo. O decorador Leonardo Souza optou pelo look “Esplendor de Roma”, com muito brilho nas cores preto e prata, e uma adereço na cabeça com plumas, ele era requisitado pelos brincantes que pediam fotos.
“Para mim é uma felicidade todos os anos estar aqui. Não poupo tempo e nem dinheiro para compor minha fantasia. Para mim é uma satisfação muito grande. Assim como eu faço as minhas ornamentações de flores e festas, assim eu me monto para esse momento, participo também de concursos de fantasias em Belém, sou destaque em escola de samba e para mim tudo isso é uma grande alegria”, explica.
Leonardo Souza mudou a fantasia do ano passado para estes, ele escolheu cores novas. “Todo ano venho de dourado e preto, então para 2024 mudei um pouco”, conta o folião que curte o "Império Romano" há 20 anos.
Antônio Russo, um dos fundadores do bloco, comemorava o sucesso do bloco, mas com ressalvas, já que alguns custos foram zerados hoje. Ele está à frente do "Império Romano" há 50 anos.
“Foi uma luta que tivemos para ter o reconhecimento como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará. Esse ano nosso tema é a COP 30, tanto que a nossa galinha vem de verde e também na nossa marchinha a gente diz que a Amazônia era uma virgem que foi desvirginada por madeireiros e agora eles vêm para resolver coisas do tempo”, explica.
“De início o ‘Império Romano’ era em 7 pessoas, que saiam brincando com o lençol, eles arranjavam uma bandinha. Hoje em dia a burocracia é muito grande, você gasta mais de R$ 25 mil para colocar o bloco na rua. Muitas pessoas cooperam, inclusive agora faltou uma pequena quantia e já se fez aqui na hora uma coleta para quitar todas as contas”, acrescenta.