Áudiossérie ‘França e o Labirinto’ do Spotify: Selton Mello fala sobre a novidade para o Liberal

A maior produção brasileira do streaming permite que o ouvinte acompanhe a ficção sobre a perspectiva do personagem principal

Bruna Dias
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Selton Mello já deu vida a personagens inesquecíveis, sua voz também é capaz de marcar algumas das suas interpretações. Inclusive, ele já dublou John Bender, do Clube dos Cinco, o jovem Indiana de Indiana Jones em a Última Cruzada, além de Loucademia de Polícia, Os Goonies e os Karate Kid Parte II e Parte III.

Agora, Selton Mello empresta a sua voz para Nelson França, um detetive particular, que é deficiente visual e ajuda a polícia a prender um famoso serial killer. Décadas depois, o criminoso faz uma nova vítima, e se inicia uma nova perseguição.

“França e o Labirinto” é a áudiossérie de ficção, do Spotify, que chega com 13 episódios de 30 minutos, no próximo dia 29 de agosto, gratuitamente no streaming. “Quando alguém fala para mim que é um trabalho relacionado a voz, já me agrada porque eu gosto disso, entrei na dublagem com 12 anos, era uma criança, e até os 22 trabalhei com isso. Foi um período muito rico da minha vida, aprendi muito com grandes dubladores. Então, de cara, trabalhar em algo que tem a voz como principal forma de expressão já é uma coisa que me agrada”, disse Selton Mello, em entrevista online com jornalistas do Brasil.

“Li o roteiro, achei incrível, o que o Azaghal e o Jovem Nerd criaram, junto com Leonel Caldela e Fábio Yabu. Achei incrível o personagem, a história, a trama, a ideia. Achei tudo muito novo e interessante de experimentar e aí mandamos ver”, acrescenta o artista.

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Com muita qualidade no som, está é a maior produção brasileira do streaming. “França e o Labirinto” conta com o recurso de áudio binaural, que necessita do uso de um fone de ouvido com som estéreo, para que o momento seja mais realista.

O ouvinte consegue vivenciar as experiências de França, através do som, que o transporta para a mesma perspectiva do personagem, permitindo uma prática mais imersiva com o áudio 3D. Ou seja, o ouvinte acompanha a história do ponto de vista do França.

Por isso ainda, a necessidade do fone de ouvido, para que com o áudio binaural, as ondas sonoras cheguem ao mesmo tempo nos dois ouvidos, sem permitir que o som se propague e se misture na atmosfera.

“É um suspense que as pessoas vão desvendando através do meu personagem, vão pensando junto com ele, juntando as peças para descobrir coisas importantes, que só quem ouvir vai saber do que se trata”, explica Selton.

Além da investigação sobre o serial killer, o detetive precisa lidar com os fantasmas de seu próprio passado, que inclui sua ex-mulher Ângela, interpretada por Maíra Góes, que já dublou Dory, em Procurando Nemo, e o delegado Noronha, feito por Jorge Lucas. Mas França tem ao lado seu fiel escudeiro, o Bonaparte.

Paraense faz uma das vozes em 'França e o Labirinto' do Spotify

Além disso, o paraense Mítico e o seu parceiro Igão do Podpah, Antonio Tabet e Luiz Carlos Persy estão no elenco de vozes.

image Mitico gravando para 'França e o Labirinto'. (Divulgação / Spotify)

“Acho que uma contribuição que dei para esse personagem foi o humor. A base do personagem já estava formada, muito clara, mas achava que ele precisava ser mais carismático. Para que as pessoas gostassem dele, achassem ele engraçado, ter uma tirada, bem Dr. House. Esse humor foi um molho que eu trouxe e foi bem vindo”, analisa o artista, que confessa que ao ouvir a áudiossérie, se pega rindo em alguns momentos, e acredita que isso irá ocorrer com o público.

Além disso, “França e o Labirinto” consegue estabelecer diversas possibilidades e imaginações na perspectiva do ouvinte. Com a experiência individual de cada pessoa, é possível imaginar como seria cada personagem.

“A gente só definiu de onde o França era, de São Paulo ou Rio de Janeiro. E também chegamos à conclusão que ele não é de nenhum desses lugares, que é de uma metrópole, mas é basicamente uma dessas duas que ele vive, que as pessoas vão identificar por conta de coisas que vão acontecer na série. Fizemos um híbrido, acho que ele é um cara da minha idade. Gosto de trabalhar com as voz, passar algumas coisas por ela, como a emoção. Ouvi uns episódios emocionantes agora, e percebi como eles ficaram fortes, e é só a voz. A série tira você da passividade, nela você coloca um fone, de preferência para a experiência ser melhor, e vive, sente, ouve o que o França está sentindo. Você imagina como é a cara dele, da Ângela, do Noronha... Cada pessoa vai imaginar como cada um é, acho isso bom para a imaginação. É uma experiência rara!”, disse Selton Mello, em resposta ao Grupo Liberal.

As diversas possibilidades de imaginação colocam o ouvinte em uma experiência nova através do som, porém uma das coisas que chama atenção, é a presença do cão, é possível escutar a respiração dele e ainda ouvir o barulho das patinhas quando ele caminha.

É uma graça o som do doguinho, o Bonaparte, que às vezes eu chamo ele de Bona. É uma coisa que depende da tua imaginação. Se você tiver um cachorro, talvez imagine o Bona parecido com o teu. Eu imagino o Bona como um cachorro meu que já morreu, que era um labrador, que era o Fox. Então toda vez que eu falava com o Bonaparte, imaginava o Fox, que era um cachorro bem meiguinho, que poderia ser ele. Mas se bobear, talvez na cabeça do Jovem Nerd ele era de outra cor, de outra raça. Isso é uma coisa legal, cada um imagina a série de um jeito, porque exige um pouco mais de você, no bom sentido. A imaginação é uma faculdade importante nossa. Uma série como essa é a Disneylândia da imaginação, porque você está viajando e imaginando coisa”, acrescenta Selton ao Grupo Liberal.

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