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Arte Pará faz homenagem a Luiz Braga

Com o tema “Um Norte [ transcursos - caminhos]”, salão também selecionou 20 artistas para concorrer a prêmio

Bruna Lima

O 41º Salão Arte Pará, que traz o tema “UM NORTE [ transcursos- caminhos]”, terá Luiz Braga como artista homenageado da mostra 2024. A homenagem adianta as comemorações de 50 anos de carreira do artista, no próximo ano. A mostra também será composta por obras de 20 artistas paraenses que atuam em diferentes linguagens e que vão concorrer ao “Prêmio Residência Artística Sertão Negro”, que terá acompanhamento curatorial, ateliê e imersão com artistas residentes. O Projeto Arte Pará 2024 será aberto no dia 3 de outubro, na Casa das Onze Janelas, é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e realizado pela Fundação Romulo Maiorana (FRM).

Os artistas convidados são: Bárbara Savannah, Dias Júnior, Dumas Seixas, Eder Oliveira, Elza Lima, EvNa, GC, Guy Veloso, Igor Oliveira, Keyla Sobral, Lúcia Gomes, Marcone Moreira, Margalho, Maria José Batista, Melissa Barbery, Nay Jinknss, Nio Dias, Paulo Santos, Rafael Matheus Moreira e Roberta Carvalho.

A curadora da mostra 2024, Nina Matos, explica que insere em seu eixo curatorial a Amazônia como referente, o recorte especial “Luiz Braga – o percurso do Olhar ” homenageando este artista, deflagrador de um olhar singular sobre a região amazônica, exibindo obras da Coleção Luiz Braga, pertencente ao acervo do Museu Casa das Onze Janelas.

“Em 2025, Luiz Braga completará 50 anos de carreira, e desta forma, o Arte Pará 2024 antecede as comemorações, homenageando um dos mais importantes artistas paraenses, de projeção nacional e internacional, detentor de inúmeras premiações e participações em mostras de grande relevância mundial, como a Bienal de Veneza de 2009 e, cuja trajetória encontra-se também permeada pela longa história do Arte Pará em nosso Estado”, destaca a curadora .

“As fotografias de Luiz Braga compõem importantes coleções privadas e públicas, como a do Centro Português de Fotografia, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Miami Art Museum, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, bem como o Museu Casa das Onze Janelas, detentor em seu acervo, da Coleção Luiz Braga, formada em 2009, através do Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/Funarte, conquistado quando estive à frente do Onze Janelas e para o qual tive um empenho pessoal em tal conquista de aquisição de acervo”, conta Nina Matos.

Sendo assim, o recorte especial “Luiz Braga – o percurso do Olhar” apresenta algumas obras desta coleção, expondo fotografias da série matricial de sua produção, focada na visualidade popular do Norte do Brasil, de obras em P&B e demais obras emblemáticas de determinadas fases da trajetória do artista e que vão até algumas fotografias da Série “Verde-noite - 11 raios na Estrada Nova, Fotografias em Nightvision” de 2009. Obras estas, que reunidas, apresentam um mapa do percurso do olhar de Luís Braga sobre o universo amazônico em tensão com a linguagem fotográfica.

“Sendo importante destacar o fato de tratarmos aqui, da singularidade de reapresentar ao público, a primeira Coleção de obras específicas do artista em uma instituição museológica da região Norte. Uma coleção que torna-se cada dia mais relevante de ser pesquisada, estudada, uma vez que nela percebe-se visualmente a trajetória deste importante artista paraense, que integra já há alguns anos, a história da arte produzida no Brasil”, destaca a curadora.

Artistas convidados

Um dos 20 artistas convidados, por meio de seleção que será feita por uma comissão avaliadora, composta por profissionais da área, receberá o “Prêmio Residência Artística Sertão Negro” , que contará com acompanhamento curatorial, ateliê e imersão com artistas residentes e Dalton Paula. O Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, localiza-se na Região Norte de Goiânia e tem como proposta ser um quilombo, um espaço artístico-cultural de compartilhamento de processos criativos e vivências junto ao meio ambiente.

Em 2019, Nina Matos foi curadora da mostra “As Amazonas do Pará”, composta por artistas mulheres paraenses, na edição do Arte Pará. Este ano, ela retorna a este lugar de curadoria no Arte Pará, mas tomando conta do salão de uma forma geral. Sobre trabalhar com os 20 artistas paraenses, ela se disse feliz, mas ao mesmo tempo diante de um complicador, pro conta da produção de qualidade e diversidade dos artistas paraenses.

“Elegi então um recorte que apresentasse artistas cujos trabalhos pensam a Amazônia. Artistas com obras que emergem neste ambiente, tanto os que já possuem uma longa trajetória, quanto os de produção mais recente e assim foi construído o pensamento curatorial. Um Norte [transcursos - caminhos], percursos já criados, caminhos que surgiram e surgem na contemporaneidade, de uma produção que reune artistas operando com obras significativas que refletem este território nas mais amplas e diversificadas relações com suas próprias histórias pessoais”, destaca a curadora.

Nina Matos destaca, ainda, que esta mostra é “uma afirmação de um recorte da produção paraense com obras sensíveis às questões coletivas atuais e perenes, que acionarão relações e ampliarão perspectivas de reflexão, relacionadas com a história da arte no Pará, com as visualidades amazônicas, estética, poética, imaginário de nossas vivências ribeirinhas, afetos, complexidades, políticas, desafios, violências e apagamentos , tanto obras atuais, como emblemáticas, que estabelecem afinidades conceituais e constroem articulações ampliando a percepção de nós mesmos como amazônidas, em um diálogo com o mundo”.

Cultura