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Arte Pará 2024: público vai mergulhar na arte genuína da Amazônia

A 41ª edição do Arte Pará vai ficar aberta ao público até 29 de dezembro, na Casa das Onze Janelas

Bruna Lima

A Casa das Onze Janelas está aberta ao público, que pode conhecer as obras dos 22 artistas convidados e do homenageado do ano, o fotógrafo Luiz Braga, na 41ª edição do Arte Pará. A mostra deste ano é genuinamente paraense e conta com linguagens artísticas variadas, como fotografia, pintura, escultura, arte digital, entre outras. As obras cumprem o papel de provocar questionamentos e outros sentimentos oriundos de uma experiência artística. A cerimônia de abertura ocorreu na noite desta quinta-feira (3), com a presença de artistas e autoridades.


Com o tema "Um Norte [transcursos – caminhos]", a curadora da exposição, Nina Matos, explica que nesta edição há aspectos singulares, entre eles a exibição de um material museológico do fotógrafo paraense Luiz Braga. Uma coleção de 50 peças, que estava guardada no Museu do Estado do Pará, tem 28 obras cedidas para esta edição do Arte Pará. “É muito importante colocarmos esse material do Luiz para que novas gerações possam ter esse contato”, destaca a curadora.

A homenagem a Luiz Braga já é uma prévia da comemoração de 50 anos de carreira, que será celebrada no próximo ano. Para o fotógrafo, além da grandeza de ser homenageado, o mais importante é poder expor suas obras aos olhos do público, uma vez que as produções guardadas não exercem seu papel de troca e estímulo de ideias e percepções sobre o mundo. “Fotografia guardada não tem seu papel fundamental, que é provocar reflexões e pensamentos. Se ficar na gaveta, não gera poesia. Acredito que o mérito seja ter o trabalho de volta aos olhos do público”, pontua o fotógrafo.

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Essa edição do Arte Pará pontua e afirma a potência da arte produzida no Pará e na Amazônia, uma vez que o objetivo da 41ª edição é reforçar o cenário da arte contemporânea paraense. A diretora comercial do Grupo Liberal, Rose Maiorana, explica que a ideia é resgatar as primeiras edições do projeto. “O Arte Pará foi idealizado pelo meu pai, e manter essa tradição é importante para os artistas e para o cenário artístico da Amazônia. Todo artista tem uma vida, um pensamento, uma ilusão. Esse espaço conta essas histórias”, pontua Rose Maiorana.

Rafael Matheus Moreira foi a artista vencedora do prêmio, que envolve um intercâmbio no Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, em Goiânia (GO). A artista, que já participou três vezes do Arte Pará e foi premiada em duas ocasiões, disse que a vitória foi uma surpresa, pois não sabia que estava concorrendo. “Eu não sabia que teria esse intercâmbio. Sinto-me muito honrada em poder viver essa experiência, pois tenho certeza de que vai agregar ainda mais à minha vida como artista”, comentou.

A secretária de Cultura do estado, Ursula Vidal, esteve presente no evento e parabenizou a organização pela tradição e história do Arte Pará, destacando que, por meio do projeto, é possível consolidar os talentos das artes plásticas do Pará. Além disso, o evento funciona como um espaço de provocação, reflexão e convite à sociedade para exercer seu papel como pertencente à Amazônia. “Por meio da arte, é possível falar sobre o que nos dói e tomar conta do que é nosso. O Arte Pará transpira cultura”, afirmou a secretária.

O projeto Arte Pará 2024 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, e realizado pela Fundação Romulo Maiorana (FRM). Gabriela Feitosa, coordenadora da Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, vinculada ao Instituto Cultural Vale, destacou a longa parceria da Vale com o evento, que já dura décadas. “A ideia é criar esse circuito da arte contemporânea paraense, não apenas de forma interna, mas projetando a arte desses artistas para o mundo. O objetivo é criar novas centralidades na produção artística”, explicou a representante da Vale.

Todo o processo de construção de um salão é trabalhoso e cheio de etapas. O coordenador do Arte Pará 2024, Sergio Oliveira, comentou que, apesar dos desafios, é gratificante ver o projeto realizado. “É um trabalho grandioso, e é muito bom ver as pessoas aqui desfrutando desse espaço. Este ano, o salão apresenta uma diversidade de linguagens artísticas, além de estar regionalizado, com grande representatividade da Amazônia”, ressaltou.

O Arte Pará tem patrocínio da Vale, apoio da Phebo e o cerimonial do evento foi realizado pela Tulle Assessoria de Eventos.

Tradição

O Arte Pará, com mais de 40 anos de tradição e de um trabalho sistemático da Fundação Rômulo Maiorana, tanto em formato competitivo quanto em realizações de caráter especial, sempre foi um catalisador das artes visuais no Estado, dando visibilidade e fomentando produções artísticas, e ao mesmo tempo, provocando diálogos e discussões relevantes sobre a cena artística nacional.

Educativo
O projeto educativo do Arte Pará é um dos mais abrangentes, desenvolvido nesta edição pelo artista Emanuel Franco, sendo conduzido por mediadores que já atuam em projetos de artes visuais. “O Arte Pará já tem uma tradição e permanece no panorama nacional da arte”, destaca Emanuel Franco.

Serviço: Arte Pará
Data: 3 de outubro até 29 de dezembro de 2024
Horário inicial em conformidade com o SIMM/Secult : de terça a domingo de 09h às 17h.
Local: Museu Casa das Onze Janelas

 

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