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Arte Pará 2024 oportuniza saber sobre linguagens e significados ao público

Evento terá ações educativas para possibilitar melhor aproveitamento das obras expostas por parte do público de todas as idades

Eduardo Rocha

O poder transformador das artes, capaz de aguçar os sentidos humanos em uma perspectiva nova de se ver o mundo, funciona como um convite e tanto para o público conferir, a partir de 3 de outubro, as atrações do Arte Pará 2024, evento da Fundação Romulo Maiorana(FRM). Para que esse acesso se torne bem interessante e os conteúdos expostos sejam assimilados de forma perene pelos interessados, a coordenação do evento desenvolverá toda uma programação de cunho pedagógico. Ela servirá para a acolhida ao público visitante (de todas as idades) na sede simbólica do evento: a Casa das Onze Janelas, no bairro histórico da Cidade Velha, por onde Belém do Pará começou a sua história.

Aproveitar ao máximo as obras de artistas já com uma trajetória farta nas artes visuais, em particular, na produção contemporânea, e também trabalhos de outros nomes com atuação mais recente, além do acesso ao acervo do Museu Onze Janelas, significa, no caso do Arte Pará 2024, dispor de um assessoramento e programação de atividades específicas com foco no atendimento aos visitantes. Nessa relação projeto de arte-público, o Arte Pará já começa a ser montado.

Quem comandará esse processo de ações pedagógicas no evento é o artista plástico e professor Emanuel Franco. Emanuel iniciou sua trajetória artística no final da década de 70, participando de exposições em Belém e outros centros do país e exterior. Ele atuou como professor até 2015. Além de artista visual, Emanuel atua na área da curadoria de exposições.

Trajetórias

"As ações educativas do Arte Pará serão distribuídas, além da assistência ao público visitante, de encontros e mesas redondas com os artistas participantes e profissionais da áreas das artes visuais, museologia e atividades afins. As ações serão realizadas ao longo do período do projeto de arte, de outubro a dezembro", destaca Emanuel Franco.

Como ele explica, "os focos dessas ações são de repasses de informações sobre diferentes trajetórias artísticas, incluindo principalmente as trajetorias dos artistas participantes do Arte Pará e dos demais convidados". "Vamos difundir essas ações com o objetivo de se ter a participação de alunos dos cursos de artes visuais e similares", acrescenta.

Sinalizador

O Arte Pará, como pontua Emanuel Franco, vem se mantendo como "um relevante sinalizador não só da produção artistica local mas também como difusor de uma produção nacional onde se tem, em seu histórico, a participação de grande número de artistas nacionais".

Emanuel Franco ressalta que o conteúdo da mostra deste ano, idealizado pela curadora Nina Matos, traz uma abordagem significativa quanto a diferentes olhares que perpassam desde obras bidimensionais até soluções performáticas, de artistas de uma longa trajetória até artistas iniciantes. "Diante desse panorama as ações educativas estarão voltadas para a valorização do conteúdo apresentado por esse universo exposto", completa o artista plástico.

Esse trabalho pedagógico se apresenta como uma ação estratégica do Arte Pará ao longo de mais de 40 anos de tradição e de um trabalho sistemático da Fundação Romulo Maiorana. Ele é justificado pela intenção de o evento continuar contribuindo com o universo das artes plásticas regionais e nacionais, inclusive, na formação de plateia e descoberta de talentos no Pará, em particular.

Rumos

As ações pedagógicas vão ao encontro do tema do Arte Pará 2024: "Um Norte [transcursos – caminhos]". Ou seja, a proposta de se transpor parâmetros, limites, horizontes e (re)definir novos horizontes nas artes plásticas e, em particular, no aprendizado e evolução ininterruptos dos próprios artistas desse projeto de arte e educação e do público espectador, como pode ser referenciado, por exemplo, nos trabalhos do fotógrafo Luiz Braga, grande homenageado do evento deste ano.

Nessa mostra, o público vai poder conferir um leque de obras de arte contemporânea em diferentes expressões artísticas versando sobre temáticas como visualidades amazônicas, estética, poética, imaginário de vivências ribeirinhas, afetos, complexidades, desafios, violências e apagamentos. Em outras palavras, um verdadeiro painel sobre a produção em tempos diferenciados.

No começo dos Anos 80, o jornalista Romulo Maiorana (1922-1986), idealizador e fundador do Grupo Liberal, decidiu criar um espaço de apoio ao artista paraense, possibilitando um diálogo entre a produção da região Norte com outros centros do Brasil. Assim, surgia o Arte Pará.

Iniciativa

Surgiu em um contexto no qual a Amazônia não gerava expectativas em âmbito global, bem diferente do que ocorre agora, quando Belém está prestes a sediar, em plena região amazônica, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). No entanto, naquela época, Romulo Maiorana investiu no projeto e despertou a sensibilidade do público por meio da função social da arte. Esse fruto a partir da iniciativa dele perdura até os dias atuais, com a troca de conhecimentos entre artistas, curadores e agentes culturais, para realçar a presença da Amazônia no mundo das artes em escala mundial.

O Projeto Arte Pará 2024 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, sendo um dos apoiadores mais duradouros da mostra. A realização é da Fundação Romulo Maiorana (FRM).

 

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