MENU

BUSCA

Arte Pará 2024 exibe uma arte potente de caminhos do norte

A curadoria desta edição fica por conta da artista paraense Nina Matos, que já possui uma trajetória no universo das artes visuais

Bruna Lima

O maior projeto de arte do norte do país, Arte Pará, traz para a edição 2024 o tema "Um Norte [transcursos – caminhos]" com curadoria da artista Nina Matos. Na edição 2024, o formato será de uma mostra com a participação de 20 artistas paraenses convidados e uma sala especial para um artista que será homenageado, as mostras vão compor os espaços expositivos do Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas, no próximo mês de setembro. O Projeto Arte Pará 2024 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e realização da Fundação Romulo Maiorana (FRM).

A curadoria desta edição fica por conta da artista paraense Nina Matos, que já possui uma trajetória no universo das artes visuais tanto como artista, mas também como curadora. Ela explica que o pensamento curatorial para a Edição do Arte Pará 2024, traduz-se na Mostra “Um Norte [transcursos – caminhos]" cuja as obras de significativa importância para a história da arte no Pará , deflagram um olhar que reverbera nas produções atuais, dando ao público, uma visão da produção contemporânea de artistas de trajetória consolidada e de artistas de atuações mais recentes, bem como o acesso a uma relevante coleção museal com a inserção de obras do acervo do Museu Onze Janelas.

VEJA MAIS 

Arte Pará 2022: cerimônia anuncia premiados da 40ª edição
20 trabalhos foram selecionados entre a categoria da Mostra Nacional e a categoria de Fomento à Produção de artistas emergentes da Amazônia Legal

Arte Pará 2022: cerimônia anuncia premiados da 40ª edição
20 trabalhos foram selecionados entre a categoria da Mostra Nacional e a categoria de Fomento à Produção de artistas emergentes da Amazônia Legal

"Portanto, será um conjunto de obras que acionarão relações e ampliarão perspectivas de reflexão, relacionadas com a história da arte no Pará, com as visualidades amazônicas, estética, poética, imaginário de vivências ribeirinhas, afetos, complexidades, desafios, violências e apagamentos. Fluxos e contrafluxos que norteiam uma produção de artistas inseridos na diversidade e urgências”, pontua a curadora, que já está trabalhando nesse processo de estudo e escolha dos artistas.

Um Norte [transcursos - caminhos], vem aprofundar o conhecimento de uma considerável parcela de obras totalmente produzidas no Pará, que surgem diante e sob as condições históricas de produção plástica visual da região.

Sobre o convite, Nina Matos diz que se sente feliz e honrada em poder contribuir com a permanência e história de tradição do projeto de arte que faz parte do calendário cultural do país. “Agradeço desde já publicamente o convite feito pela Fundação Romulo Maiorana, o que me permitirá desenvolver novamente, um trabalho junto à essa realização de longa e exitosa trajetória, ressaltando que no Arte Pará de 2019 curei a mostra “As Amazonas do Pará”. Esta ação também dará o prazer em retornar a realizar um trabalho junto ao Onze Janelas, um lugar de grande afeto no qual tive o imenso prazer de estar à frente por quatro anos na sua gestão, conseguindo, creio, desenvolver um trabalho com uma perspectiva de um legado para o campo museal", aponta a curadora da edição.

Ao todo serão 21 artistas, cujas produções envolvem diversos meios de expressão , como pintura , gravura, desenho, construções artísticas , fotografia, vídeos , mídias que utilizam-se de um amplo trânsito de possibilidades técnicas e estilos dentro do território contemporâneo da Arte no Pará.

O Arte Pará, com mais de 40 anos de tradição e de um trabalho sistemático da Fundação Rômulo Maiorana, tanto em formato competitivo quanto em realizações de caráter especial, sempre foi um catalisador das artes visuais no Estado, dando visibilidade e fomentando produções artísticas, e ao mesmo tempo, provocando diálogos e discussões relevantes sobre a cena artística nacional .”Que venha o Arte Pará 2024 com muita força, humanidade, valorização e respeito à diversidade de uma produção nortista de grande referência nacional”, reforça a curadora.

Com trajetória consolidada no campo da arte, Antonina Maria de Nazaré Dias Matos, de Abaetetuba, já esteve na curadoria da 38ª edição do Arte Pará, coordenou a Galeria Municipal de Arte de Belém, dirigiu o Museu de Arte de Belém e o Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas. Artista visual, gestora cultural, curadora. Nina trabalha, sobretudo, com pintura, a partir da apropriação e ressignificação de imagens pré-existentes, e com construções digitais, sobre as quais realiza intervenções pictóricas, pontuando questões sociopolíticas relacionadas à identidade.

Educativo

O projeto educativo do Arte Pará é um dos mais abrangentes. Neste ano, a ação educativa vai ser desenvolvida pelo artista Emanuel Franco, que explica que vai ser conduzida por mediadores que já possuem uma trajetória dentro das artes visuais.

image

"Vamos ter um conteúdo que está sendo elaborado pela curadoria do salão. Ainda estamos na fase inicial de seleção dos mediadores e aos poucos vamos maturando essa ação que será desenvolvida. O Arte Pará já tem uma tradição e permanece no panorama paraense de arte”, destaca Emanuel Franco.

Arte Pará

O Arte Pará surgiu do projeto idealizado pelo jornalista Romulo Maiorana (1922-1986), no início dos anos 80, de criar um espaço de apoio ao artista paraense e um diálogo da região Norte com o país. Num momento da história em que a Amazônia não gerava expectativas em âmbito global, Maiorana despertou a sensibilidade do público por meio da função social da arte, a partir de um espaço de encontro e estímulo aos artistas.
O Arte Pará nasceu com a vocação de estabelecer a presença da Amazônia no mapa das artes como um salão. Ao longo de suas edições ininterruptas, tornou-se um projeto de arte e educação nacional e lugar de troca intelectual entre artistas, curadores e agentes culturais, além de espaço de reflexão e crítica, que legitima jovens artistas emergentes.

Cultura