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Arquivo Público do Pará expõe acervo de documentos raros em programação especial

Evento integra a Semana Nacional dos Arquivos Públicos e terá também oficinas, visitas guiadas e mesas redondas, entre outras atividades

Enize Vidigal

O Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) expõe documentos históricos sobre o Grão Pará nas fases colonial e imperial, nesta terça-feira, 4, durante a 3ª Semana Nacional de Arquivos. Ainda, haverá oficinas de manuseio e conservação de documentos antigos e visitas guiadas.

A programação segue na quarta-feira, 5, com as mesas redondas sobre documentação arqueológica e sobre a Medida Provisória 881, que prevê a eliminação de documentos com o serviço de digitalização, na sede do APEP. Todas as ações são gratuitas.

Com 118 anos de existência, o Arquivo Público é um dos três órgãos que concentra o maior volume de documentos sobre a história do Pará e da Amazônia, no estado. O acervo de elevado valor contém cerca de 4 milhões de documentos dos períodos colonial, imperial e republicano.

"A gente tem dois grandes desafios enquanto instituição arquivística: o primeiro é a preservação dos documentos porque trabalhamos com umidade alta, temperatra variada e ataque de insetos como traças, brocas e cupins; e o segundo é aproximar a sociedade desse patrimônio documental. As pessoas lembram mais dos prédios históricos quando se fala em patrimônio histórico. É importante valorizar a quantidade de documentos que o arquivo tem", destaca o historiador Leonardo Torii, diretor do Apep.

EXPOSIÇÃO

O ponto alto da programação é a exposição de documentos do do séc XVIII, datados do ano de 1701 a 1799, que são correspondências oficiais entre o governador da capitania do Grão Pará com a coroa portuguesa que informam sobre o processo de ocupação da amazônia, como as trocas realizadas entre os portugueses e os indígenas, sendo algumas conflituosas; as cartas de sesmarias em que o rei português formalizava a doação terras a particulares com a finalidade de ocupar a Amazônia; e documentos do século XIX sobre a escravidão negra, como cartas de alforrias e decisões judiciais. A exposição acontece somente nesta terça-feira, das 9 às 14 horas.

Também nesta terça haverá as oficinas de manuseio de documentos históricos, que serão abertas a todos os públicos com idade a partir de 14 anos. Elas terão duração de 1 hora com início às 10, 11 e 12 horas. Já as visitas guiadas estarão ocorrendo a todo momento, entre às 9 e às 13 horas. Na ocasião, será lançado um desafio ao público: os participantes terão que transcrever documentos antigos trazendo-os para a linguagem dos dias atuais. Os melhores desempenhos serão premiados com canecas e camisetas.

Na quarta-feira, 5, a programação contará apenas com as mesas redondas, sendo que a pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Edith Pereira, vai conduzir o tema da documentação arqueológica, das 9 às 12 horas, e os professores do Curso de Arquivologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Roberto Lopes, Fernando de Assis e Christian Zapata, vão falar sobre a polêmica MP do governo federal, das 14 às 18 horas.

A Semana Nacional de Arquivos oferece uma série de eventos das instituições arquivísticas e centros de memória e documentação de todo país. O objetivo é aproximar a sociedade e divulgar os trabalhos desenvolvidos. A data foi estabelecida pelo Conselho Internacional de Arquivos e se insere no calendário internacional de celebração do Dia Internacional dos Arquivos, no dia 9 de junho. Este ano, o tema proposto foi "Desenhando Arquivos".

A programação é realizada pelo Arquivo Nacional, órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e pela Fundação Casa de Rui Barbosa, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, sendo viabilizada no Pará por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e do próprio Arquivo Público do Estado.

Agende-se:
3ª Semana Nacional de Arquivos "Desenhando Arquivos" 

Dias: terça e quarta-feiras, 4 e 5
Hora: a partir das 9 horas
Local: Arquivo Público do Estado do Pará (Tv. Campos Sales, 273, esquina da 13 de Maio, Campina). 
Informações: (91) 4009-4350
Entrada franca

Cultura