Apesar da crise no setor, Festa Literária Internacional de Paraty encerra com crescimento
Só a tenda principal contabilizou 8,6 mil acessos contra 7,2 mil no ano passado
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A 17.ª Festa Literária Internacional de Paraty se encerrou no domingo, 14, consolidando um crescimento de público na programação principal da Festa - foram 8,6 mil acessos à tenda principal (que cobra pelos ingressos), frente a 7,2 mil em 2018.
A homenagem a Euclides da Cunha trouxe um tom fortemente político ao evento, bem como colocou em discussão aspectos atuais da obra do escritor e atualizou alguns de seus fatores contraditórios, como traços apontados como racistas.
"Como o Ailton Krenak falou, não teria como homenagear Euclides e Canudos não baixar em Paraty", disse a curadora desta edição, Fernanda Diamant, na coletiva de encerramento do evento. "A escolha do homenageado toca em pontos nevrálgicos de debates diversos e atuais. Além disso, a programação paralela também usa o homenageado para se relacionar com a Flip".
Ela afirmou não ter buscado um direcionamento ideológico na escolha dos convidados, até porque o próprio Euclides da Cunha antecede a polarização política atual. "A ideia era discutir questões mais gerais. O autor toca em tantos pontos, então é possível desenhar uma programação falando não só da obra, mas sobre os temas com que ele aponta", disse Diamant.
O diretor da Associação Casa Azul, Mauro Munhoz, disse que o próximo curador da festa será anunciado em outubro, mas deu uma indicação de que Diamant continuará na posição.
A escritora e pesquisadora portuguesa Grada Kilomba teve o livro mais vendido na livraria oficial da Flip este ano: Memórias da Plantação (Cobogó) vendeu 648 exemplares. A lista segue com Ayobami Adebayo (Fique Comigo, HarperCollins Brasil, 546), Ailton Krenak (Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Companhia das Letras, 373), Kalaf Epalanga (Também os Brancos Sabem Dançar, Todavia, 272) e Gaël Faye (Meu Pequeno País, Rádio Londres, 268).
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