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Anhangá Dance Club leva a sonoridade amazônica ao Festival Cervantino no México

A apresentação ocorrerá no próximo sábado, 12, e marca uma estreia histórica para o grupo liderado por Eduardo Barbosa e Belém de Belém

Abílio Dantas

Símbolo da cultura musical paraense, a guitarrada está prestes a fazer história no México. Neste fim de semana, será a primeira vez que uma banda desse gênero musical se apresentará no Festival Internacional Cervantino (FIC), um dos mais importantes da América Latina. O Anhangá Dance Club, projeto que mistura lambada, guitarrada e elementos eletrônicos, vai levar a sonoridade do Norte ao público mexicano no próximo sábado, 12, na Esplanada de la Alhóndiga de Granaditas. Reconhecido como o maior festival de cultura latino-americana, o FIC ocorrerá entre os dias 11 e 27 de outubro, e contará com o Brasil e Oaxaca como países homenageados.

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Eduardo Barbosa e Belém de Belém, líderes do grupo, destacam a importância dessa oportunidade inédita. “Demorou um pouco para criar a ficha do convite, e talvez só caia totalmente quando estivermos no México. Mas ver a seriedade e a tradição do Cervantino nos enche de felicidade. Não imaginávamos que a Anhangá poderia chegar tão longe”, afirmou Belém com exclusividade ao Grupo Liberal.

O projeto paraense nasceu há quatro anos com uma proposta única: misturar lambada e guitarrada a elementos eletrônicos experimentais. Com o álbum homônimo lançado em 2021, a dupla criou uma narrativa que transporta o público para um "inferninho" fictício localizado na capital paraense, onde a força da entidade Anhangá hipnotiza os moradores com sons vibrantes e frenéticos.

Para Belém, a participação no festival carrega uma ansiedade natural, mas também grande expectativa para o dia. “Apesar de estarmos acostumados aos palcos, essa será a nossa primeira experiência em um festival dessa magnitude e fora do país, então a ansiedade vai a milhão”, disse a guitarrista não-binário.

PREPARATIVOS

Belém compartilhou que a banda está se preparando bastante para a apresentação e pretende realizar ‘o melhor show para o povo mexicano’. As canções que serão tocadas pela Anhangá Dance Club estão as músicas do próprio álbum e clássicos da lambada e guitarrista de mestres como Aldo Sena, Vieira e Solano, além de influências caribenhas para gerar identificação com o público local. O tecladista Sandro Marcelo Negrão também acompanhará o grupo.

Segundo Eduardo Barbosa, o convite para o Festival Cervantino veio por meio de uma curadoria que selecionou artistas de diferentes regiões do Brasil. Para o músico, isso reforça a universalidade da música paraense.

“Eu acho que isso é a prova de que a nossa música é pop, global e que não perde nada para nenhuma outra. Estar ocupando esse espaço, em um palco latino-americano, é muito valioso para mim”, afirmou o guitarrista.

Barbosa também destacou a importância de expandir o conhecimento do público estrangeiro sobre a cultura amazônica. “Eu acho que o mundo ainda tem muito o que aprender sobre a música feita na Amazônia e por amazônidas. Quem assistir ao show vai sair empolgado com a nossa sonoridade”, garantiu.

Questionado sobre quais são os desafios que estão enfrentando para a preparação para o show internacional, Eduardo contou que essa é a primeira vez que o trio estará tocando juntos sons eletrônicos.

“Com a minha outra banda, a Lambada Social Club, temos uma proposta mais orgânica. Agora, estarei levando ao México a mistura experimental da música paraense”, acrescentou.

Sobre os planos e novidades na banda, Belém de Belém revelou que o Anhangá Dance Club pretende continuar sua trajetória após voltar do festival. "Acreditamos que o projeto ainda tem muito potencial de rodar e gerar uma conexão boa com o público da cidade de Belém, principalmente vendo uma nova geração também se conectando com a Lambada e Guitarrada. Já temos planos iniciais de um segundo volume do disco, com novas influências, mas mantendo nosso pilar que é a guitarrada e a música paraense”, disse a artista.

PROGRAMAÇÃO

Além do Anhangá Dance Club, outros artistas brasileiros de renome, como Céu e Lenine, também se apresentarão no festival, que reúne mais de 3.200 artistas de 24 países em uma programação vasta que inclui 133 espetáculos de artes cênicas e 35 exposições de artes visuais.

O projeto paraense não é o único a representar Norte do Brasil no festival. O Estado também será destaque no audiovisual com as produções "U’yra: a Retomada da Floresta" e "A Queda do Céu", evidenciando a riqueza cultural da região.

SOBRE O FESTIVAL

Realizado na cidade de Guanajuato, o FIC é Patrimônio Mundial da UNESCO e oferece uma experiência cultural rica em diversos espaços, desde teatros renomados até praças públicas. Com uma ampla oferta de eventos, muitos deles gratuitos, o evento é acessível a diferentes públicos, incluindo famílias e comunidades vulneráveis, por meio de iniciativas como o FIC Social.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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