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Amazônia: autora une arte e ciência em cordéis para falar da vida na floresta

Escritora Cíntia Moreira Lima lança dois livros com versos e ilustrações sobre ecossistemas amazônicos a partir de estudos científicos

Eduardo Rocha
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No Dia do Leitor que transcorre nesta terça-feira, dia 7, é bom saber que leitores surgem a cada instante no mundo e, em particular, no Brasil, na Amazônia, região que tem inspirado há muito autores a se lançar na aventura de abordar a vida na floresta e sua importância para o planeta, como faz Cíntia Moreira Lima. Ela é cordelista e professora de Ciências Biológicas pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Como boa leitora do mundo, Cíntia uniu arte e ciência ao adaptar duas obras científicas "Brilhos na Floresta" e "A Vida Escondida da Floresta do Rio Negro" para o formato de cordéis ilustrados.

Desse modo, Cíntia transforma, por meio de narrativas poéticas e xilogravuras digitais, descobertas sobre a biodiversidade amazônica em conteúdos educativos e interativos, incluindo o uso de QR codes para aprofundar a experiência do leitor. Em ano da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (30ª COP) em Belém, no mês de novembro, esses dois livros traduzem a dimensão planetária da preocupação com a manutenção dos ecossistemas naturais amazônicos, o que se amplia cada vez mais por intermédio de novos leitores, como se verifica na proposta da autora.

A partir de parceria com os designers Bruno Máximo e Pedro Henrique, a escritora transforma histórias de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) em narrativas lúdicas, oferecendo ao público não apenas uma leitura poética, mas uma verdadeira viagem ao coração da floresta tropical. Assim se dá em "Brilhos na Floresta em Cordel", em que são exploradas as descobertas sobre organismos bioluminescentes na Amazônia. Já em "A Vida Escondida da Floresta do Rio Negro em Cordel" o público tem contato, de maneira vívida e acessível, com os ecossistemas únicos da fauna e flora desse rio. Para Cíntia Moreira Lima, o cordel funciona como uma ferramenta pedagógica.

"É uma maneira de falar sobre a natureza e a ciência de forma simples e profunda, seja na cidade ou no interior do Nordeste. Ao integrar a biologia e a arte visual, espero que as pessoas se conectem com os conceitos científicos e com a beleza da Amazônia, que, muitas vezes, fica distante da maioria dos brasileiros", enfatiza a autora.

Janela

De acordo com dados da Embratur e da Polícia Federal apontaram que em 2024 a região amazônica recebeu 22,21% de turistas internacionais a mais do que em 2023, reforçando uma visibilidade mais próxima da sociedade. Além do impacto educacional e cultural, os cordéis ilustrados criados por Cíntia são envolvidos pela xilogravura digital e por QR codes que transformam o tradicional folheto em um conteúdo interativo, permitindo ao leitor explorar ainda mais as maravilhas da floresta por meio de imagens e informações complementares.

Essa integração de recursos tecnológicos aos cordéis demonstra como a literatura popular se adapta aos tempos modernos e mantém suas raízes culturais. E o público de todas as idades tem acesso a uma nova forma de aprendizagem acerca da necessidade de preservação ambiental, como reflete Cíntia Moreira Lima.

"Os cordéis são uma janela para o que é desconhecido para muitos. Fungos que brilham no escuro, o som de uma floresta em plena madrugada ou o comportamento das espécies que habitam os rios amazônicos. O cordel nos permite, de uma maneira lúdica e simples, entender a complexidade da floresta e seu valor para o planeta. E eu espero que, ao virar essas páginas, as pessoas não apenas aprendam mais sobre a Amazônia, mas sintam-se inspiradas a agir pela sua proteção", destaca Cíntia.

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