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Além da foto: Luiz Braga traduz o amor e a sensibilidade por Belém através das lentes

Há 45 anos, o artista registra a realidade dos belenenses com simplicidade e afeto

O Liberal

Nada é mais simbólico e afetuoso para a história de Belém do que a sensibilidade das lentes do fotógrafo Luiz Braga. Nascido e criado na cidade das Mangueiras, Luiz chegou a cursar arquitetura mesmo sabendo que viveria da fotografia pelo resto da vida. E não foi diferente, o artista, que declara seu amor e suas raízes belenenses, se consagrou através dos cliques únicos e cheios de histórias. O olhar pela periferia da cidade, ascendeu o valor e a identidade de uma população que por muitos anos não era observada como deveria.

Luiz Braga

O artista conta que através do seu trajeto diário para a faculdade, começou a se deparar com cenas que diziam muito além do olhar. O trajeto envolvia o subúrbio da cidade, então começou a olhar com mais carinho e investir nas cores daquela realidade que transformaram-se na marca do seu trabalho. “Se você prestar atenção nas minhas imagens, você percebe que 95% de toda minha produção pode ser traçada em um raio de 200 quilômetros. Ou seja, eu sou um fotógrafo diferente daquela cultura europeia que o método era de mostrar o mundo, colonizar, se espalhar pelos territórios. A minha intenção era contrária, eu não queria me espalhar, eu queria mergulhar na minha própria terra”, explicou o fotografo.

image Fotógrafo Luiz Braga, na Praça da República, em Belém Foto: Márcio Nagano

Um detalhe importante nas imagens de Braga é a capacidade do auto reconhecimento dos seus fotografados. “Eu gosto de fazer com que as pessoas se deem conta dos valores que elas tem. No sentido da nossa cultura, das nossas belezas, da sabedoria cabocla. É muito legal quando abro meu instagram e alguém se reconhece lá, quando eu posso recriar a fotografia com a mesma pessoa em contextos diferentes”, comentou.

Braga não esconde o orgulho que tem pelas raízes amazônicas e o cuidado com que trata essa região tão múltipla. “Você pode colocar 500 fotógrafos na Amazônia e ainda assim as possibilidades não se esgotam. Há muitos que usam a região como modismo e eu fujo disso. Mas há aqueles que realmente enxergam o grande valor”. A priori, o artista não fotografava pessoas nas suas imagens. “Eu sempre procuro pensar além da caixinha, teve uma hora que eu me toquei que poderia começar a fotografar as pessoas dentro de seus ambientes também”, confessou.

A partir daí nasceu uma relação ainda mais próxima do artista com a sua região. “O que me encanta até hoje é a Belém simples, afetuosa. Eu adoro a minha relação com essa mistura de culturas, Belém uma soma e por conta disso eu nunca tive vontade de sair daqui. A cidade merece o nosso respeito, o nosso amor. As pessoas que vivem aqui precisam se dar conta de que nós temos uma cidade extremamente especial. Belém não é igual a nada, é única. Seja pela culinária, pela arquitetura, pela cultura, precisamos amar mais esse lugar, não apenas colocar a culpa em gestões mas nós mesmos darmos belos exemplos de amor pela nossa cidade”, concluiu o fotógrafo.

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Cultura
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