Coletivas Xoxós apresenta espetáculo sobre amazônias contemporâneas e ancestrais
“O Caminho de Volta” é dirigido por Andréa Flores e está disponível ao público nos dias 25 e 26 de novembro, a partir das 17h, com trajeto pelo Rio Guamá
“O Caminho de Volta”, espetáculo apresentado pelo grupo de teatro paraense Coletivas Xoxós, apresenta histórias de vida de mulheres e famílias que saíram de regiões do interior do Pará para a capital, Belém. A peça tem formato itinerante e percorre as águas do Rio Guamá neste final de semana, dias 25 (sábado) e 26 (domingo) de novembro, a partir das 17h.
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O trajeto inicia e finaliza no Terminal Hidroviário Ruy Barata e segue pela Ilha do Combu em uma embarcação com capacidade para 16 lugares. “O Caminho de Volta” conta a história de cinco mulheres que, com suas famílias, redescobrem suas memórias e heranças. O espetáculo, de maneira artística, age contra o que silencia, distancia e apaga a história de relação entre as amazônias contemporâneas e as amazônias ancestrais. Ingrid Gomes, Roberta Flores, Ruthelly Valadares, Vanessa Lisboa e Yasmin Ramos são as performers da apresentação.
O espetáculo surgiu a partir da necessidade de confrontar e tratar afastamentos e diferenças entre as amazônias, segundo a diretora Andréa Flores. Ela conta que a mobilização direcionou o coletivo a pesquisas durantes meses e, assim, encontraram histórias de familiares das atrizes envolvidas no desenvolvimento
“Esse processo de pesquisa durou vários meses. Até que, devagar, a gente fosse começando a entender o que era o espetáculo, do que ele se tratava. A gente queria fazer um espetáculo na poética do que a gente denomina no Coletiva Xoxós de Teatro Dadivoso, que é um modo de criar que mistura o teatro, mas também a espiritualidade e as práticas de cuidado de si e de outras pessoas”, diz.
Andréa ressalta que a escolha das histórias foi uma etapa bonita de descobertas e ativação de memórias silenciadas nas famílias. Ela conta que a linha matrilinear, advinda de mulheres, é a escolhida pelo Xoxós para contar as histórias.
O Coletivas Xoxós foi fundado em 2016 por Andréa Flores e Wlad Lima. Em sua estreia, o “Amor, amor” foi apresentado e Andréa atuou. Após um ano, em 2015, Andréa atuou em “Rala, Palhaço!”, dirigido por Wlad e responsável pela consolidação do protagonismo do Coletivas Xoxós. Em 2016, com “Ô, de casa! Posso entrar pra cuidar?”, o grupo integrou mais artistas cênicos e novos conceitos ganharam forma.
Autocuidado e cura fazem parte da trajetória do Coletivas Xoxós. O convite ao público para essas ações fazem parte do grupo, de acordo com Andréa. “O público é convidado a se reconhecer no ato que está acontecendo. Então, enquanto as atrizes estão tocando em questões que são delicadas e caras para si, estão em processo de cura, por assim dizer. A gente também convida os outros a viverem seus processos. Ali ocorre a troca, a dádiva”, exclama.
A poética teatral do Coletivas Xoxós é marcada por Bioesculturas Cênicas (vida como matéria dramatúrgica) e Teatro ao Alcance do Tato (relações de proximidade com o público). No projeto Quartelada Teatral (2022), com quatro solos do repertório próprio, foi o ápice da poética adotada pelo coletivo. Os solos “mEU pOEMA iMUNDO" (2020), “Rala Palhaço” (2015), “Curupirá” (2019) e “Divinas Cabeças” (2021) estiveram em temporada juntos.
Em “O Caminho de Volta”, o coletivo espera abrir um território de partilha com os espectadores, levando-os a um espaço poético de transformação. Para 2024, o grupo já está firmando relações com comunidades tradicionais, principalmente comunidades de terreiro.
SERVIÇO
“O Caminho de Volta”
Data: 25 e 26 de novembro
Horário: 17h
Local: Terminal Hidroviário Ruy Barata (Av. Alcindo Cacela, 4570 - Condor - Belém, Pará)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) | R$ 10,00 (meia-entrada)
Reservas: (91) 98929-9695
(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão do Coordenador de Conteúdo de Cultura, Abílio Dantas)
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