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Roberta Tavares, poeta e historiadora, lança segunda edição de livro de poemas

A obra, que teve primeira edição lançada em 2021, reúne 35 poemas autorais

Lívia Ximenes
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Roberta Tavares, poeta, escritora e historiadora afroamazônida, lança a segunda edição do livro “Lugar de se morrer é também o poema”. A obra reúne 35 poemas de Roberta. O lançamento ocorre nesta quinta-feira, 21, às 19h, na Fundação Curro Velho Casa da Linguagem.

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A primeira edição de “Lugar de se morrer é também o poema” foi artesanal, costurada à mão pelo editor e poeta Thiago Kazu em 2021. Em menos de um ano, a tiragem de 200 exemplares se esgotou. Esse é o primeiro livro de poemas escrito por Roberta.

Roberta diz que a primeira edição do livro ficou linda, mas, por ser um trabalho manual, era uma demanda pesada. A segunda edição é em edição gráfica e mantém todos os poemas, com textos de prefácio de Paloma França Amorim e posfácio de Luzia Gomes. “Possibilita que mais pessoas adquiriam, principalmente aquelas que não conseguiram ter a primeira edição”, fala.

O título do livro, “Lugar de se morrer é também o poema”, é resultado de reflexões a respeito do lugar e do papel das artes e da poesia na vida, segundo Roberta. A autora conta que, entre 2019 e 2020, se dedicou a pensar sobre essas temáticas. “A poesia, na minha compreensão, não está presa e não é refém de nenhum tema específico, de nenhum lugar específico ou serventia específica. Ela não está aí apenas para afagar, ela não se reduz ao sentido pragmático de autoajuda e da rapidez das redes sociais, por exemplo”, explica. Para Roberta, a poesia é um lugar de liberdade, choro, morte e reflexão.

No lançamento, Roberta conversa com Luzia Gomes, poeta e professora, e Paulo Nunes, poeta e crítico literário. Thiago Kazu, editor e poeta, é o responsável pela mediação. Além do bate-papo, a noite também tem leitura de poemas e sessão de autógrafos. Roberta escolheu pessoas que são ligadas à literatura e contribuem,. de alguma maneira, com seu trabalho.

Thiago Kazu diz que as obras de Roberta marcam sua entrada no ramo editorial, o que, para ele, significa mais autonomia para realizar outros projetos. “Foi um processo de aprendizado enquanto editor e produtor literário. O primeiro livro a Roberta foi um dos primeiros que fiz em formato livro, antes eu fazia apenas em formato zine, artesanal também, mas sem os registros e adequações oficiais de uma publicação”, fala. O editor e poeta pensa em trabalhar em publicações suas, de escritores parceiros e amigos que admira.

O editor afirma que a primeira edição foi um processo árduo - ele costurou à mão os 200 livros da tiragem. Por esse motivo, a segunda edição é lançada com impressão e acabamento industriais, para, também, atender melhor os leitores. “Se esgotou em 1 ano [a primeira edição], o que atestou não somente a demanda pela literatura produzida pela Roberta Tavares como também a necessidade de uma edição que pudesse acompanhar melhor esse fluxo”, pondera.

Para Thiago, a poesia de Roberta revela maturidade estética em relação ao que caracteriza a Amazônia, com uma perspectiva negra, quilombola e que insere a narrativa poética em paisagens naturais, sociais, políticas e históricas. “A poesia da Roberta consegue ser popular e culta. O trabalho linguístico dela vem desta fricção: uma linhagem que vem de Machado de Assis e que passa por Dalcídio Jurandir, até desembocar em Roberta Tavares - que pra mim, é uma das poetas contemporâneas mais importantes não somente do Pará, como também da região Norte, o que significa consequentemente do Brasil”, aponta. Thiago ressalta a necessidade do público de conhecer a poesia da autora.

“Eu fico feliz de poder proporcionar outra possibilidade das pessoas terem o livro nas mãos. Tenho boas expectativas com base na recepção da primeira edição e também dos feedbacks que tenho dos leitores de poesia que se interessam pelo meu trabalho”, conclui Roberta.

Conheça Roberta Tavares

Roberta é autora de “Mulheres de Fogo”, um zine. Natural do baixo rio Bujaru, a escritora é quilombola das margens do igarapé Cravo. Além de escritora e historiadora afroamazônida, Roberta é declamadora de poesia e pesquisadora de escravidão e presença negra na Amazônia.

Para 2024, Roberta deseja continuar com o “Sarau do Povo da Noite”, que organiza desde 2017 com outros poetas em Belém, e dar continuidade a outros projetos de Literatura e História.

Serviço

Lançamento segunda edição “Lugar de se morrer é também o poema”

Data: 21 de dezembro, quinta-feira

Horário: 19h

Local: Fundação Curro Velho Casa da Linguagem (Avenida Nossa Senhora de Nazaré, 31 - Nazaré - Belém, Pará)

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão do Coordenador de Cultura, Abílio Dantas)

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