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Abertura da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes leva grande público ao Hangar

A maior feira literária do Pará segue recebendo o público até o próximo domingo, 17 de setembro.

Amanda Martins

Milhares de pessoas movimentaram neste sábado (9) a abertura da programação da 26ª Feira Pan-Amazônica do Livros e das Multivozes, no Hangar Centro de Convenções e Eventos da Amazônia, em Belém. O evento atraiu visitantes ansiosos para aproveitar não apenas as vendas de livros, mas também a ampla programação cultural que ocorrerá até o próximo domingo, 17 de setembro. Considerada a maior feira literária do Pará, a Secretaria de Cultura do Estado (Secult), estima que a Feira do Livro deve receber um público superior a 400 mil pessoas ao longo dos nove dias de evento. Já a abertura oficial ocorreu no final da noite de hoje, às 18h, mas desde a manhã já eram permitidas visitas nos espaços.

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“Passamos o ano inteiro aguardando essa celebração da cultura paraense. A Feira do Livro é um espaço da palavra escrita, falada, cantada, por isso, fortalecemos dentro da programação apresentações teatrais, contações de histórias, dança, música. Estamos muito felizes e com boas expectativas. É um evento preparado com muito carinho e para acolher as crianças e os jovens”, declarou Úrsula. 

O destaque da abertura foi a presença dos homenageados deste ano, Heliana Barriga e Salomão Larêdo. Ambos foram calorosamente recebidos pelo público e pela organização da feira e os responsáveis por cortarem o laço simbólico que oficialmente inaugurou a 26ª edição. 


As vozes dos homenageados guiaram o primeiro dia da feira. Na Arena Multivozes, teve o bate-papo “Mala sem fundo: um lugar de inventar”, sobre a obra de Heliana, com sua filha Cecília Barriga e Marcos André Cunha, e mediação de Wanderleia Leitão. Em seguida, “A cultura e o imaginário amazônico na obra de Salomão Larêdo”, foi tema da conversa de Rita Silva e Filipe Nassar Larêdo, filho do homenageado; a mediação ficou a cargo de Nellihany Soares. 

O Sarau na Feira com o grupo Ayvu Rapyta e os músicos Eliezer Aviz e Gleidson Carréra; Myrle Santa Brígida com contação de história “Escolho abrir a janela pra contar e esperançar com Heliana Barriga: a abelha abelhuda, caneluda, orelhuda e nariguda”; e apresentação do Amazônia Jazz Band, na Arena Amazônia, foram algumas das várias apresentações que ocorreram ao longo do dia. 

Programações

Cada dia da Feira do Livro será composto por uma série de programações temáticas, que vão enriquecer culturalmente a visitação do público. Nos dias, de 10 a 13, consecutivos, seguirão às Vozes da Infância, Vozes da Diversidade e Inclusão, Vozes da Baixada e Vozes da Democracia. 

Temas como clima e debates ambientais não ficaram de fora das discussões promovidas na feira. Por isso, o dia 14,  será dedicado às Vozes do Clima. Nos dias 15 a 17, serão, respectivamente, contempladas, as Vozes do Marajó, Vozes dos Escritores Paraenses e Vozes da Cultura de Paz.

Também ocorrerão atividades simultâneas nos três espaços: Arena das Artes, Arena Multivozes e Arena Amazônia,  que deverá receber também os shows, uma das programações mais aguardadas pelo público e que ocorrerão todas as noites, gratuitamente. Mundo Bita, Linn da Quebrada, Chico César, Kaê Guajajara e Gaby Amarantos são algumas das atrações confirmadas. Haverá ainda mais de 145 sessões de autógrafos no Ponto do Autor, 18 empreendimentos do segmento de artesanato e os ilustradores e ilustradores credenciados no Beco do Artista.

 

Quem são os homenageados 

Nascida em Castanhal, há mais de 40 anos Heliana Barriga se dedica a escrever para o público infantil, mas, acabou conquistando o público de todas as idades com suas histórias.

"A partir de hoje, a feira corre. Esse é o ritmo da literatura viva. A feira é uma festa", comentou a escritora.

"Fiquei espantado com a procura desta manhã pela feira. Estou muito contente de estar aqui", animou-se o escritor, jornalista e advogado Salomão Laredo, que é de Cametá e já foi premiado nacionalmente por seus trabalhos como poeta, contista e romacista - ele tem mais de 40 obras publicadas. Sobre a homenagem da feira à sua obra, resumiu: "Estou emocionado. O coração está batendo forte".

Público cativo

A professora da rede municipal, Alcídia Lopes, de 44 anos, chegou antes das 7h da manhã para buscar o CredLivro e era a 1ª da fila para entrar na Feira do Livro. O entusiasmo era motivado pela expectativa de adquirir novos materiais didáticos para os alunos.  

“À princípio, eu quero alguns que passam ajudar meus alunos que são PCDs, mas depois quero comprar alguns para a minha área. Sou professora de matemática e com esses joguinhos didáticos, tábuas, consigo atrair a atenção dos alunos que não tem tanta facilidade com a matéria”, acrescentou a educadora. 

O estudante José Saulo da Silva, de 15 anos, é de Castanhal e veio conhecer a feira por intermédio de um passeio do colégio naquela manhã. Com expectativas altas para desbravar aquele novo mundo das letras, ele esperava encontrar nos estandes novos autores para ler.

“Estou procurando novos livros para aumentar a minha coleção de ficções e fantasias. Trouxe um valor para gastar, mas ainda estou pesquisando onde estão os melhores preços”, disse a universitária Camila Castro, de 22 anos, que levou para a Feira do Livro a mãe e a irmã. 

Camila e a família todos os anos costumam frequentar o evento literário. Para ela, sempre é muito proveitoso. “Gostamos de vir no primeiro dia para olhar os livros com calma, passear. Espero todos os anos ansiosa por esse dia”, declarou. 

Terezinha Valente, de 57 anos, levou a neta Aline, de 7, para comprar novos livros infantis. Por ser professora de linguagens, desde cedo ela incentivou a criança a gostar de ler. “Esse ano, ela recebeu vários pix da vovó e está começando a gastar”, disse Terezinha. Já Aline não conseguiu conter a felicidade: “Quero vários [livros] divertidos. Comprei da Barbie e, agora, quero leituras”. 

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