A paixão pelos HQs resiste em Belém, apesar da pandemia
No Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, comemorado neste domingo, 30, conversamos com colecionadores, vendedores, consumidores e quadrinistas sobre a cena que movimenta dinheiro e paixão.
No Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, comemorado neste domingo, 30, conversamos com colecionadores, vendedores, consumidores e quadrinistas sobre a cena que movimenta dinheiro e paixão.
Neste domingo, 30, se comemora o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. Em Belém, o público que consome, vende, troca HQs e também os artistas sentem falta de um espaço próprio para interação de forma frequente. A pandemia suspendeu a realização de eventos do setor e quebrou alguns pequenos negócios. Mas a paixão pelos HQs resiste firme e forte entre algumas surpresas, como o recente lançamento de “Brega Store” (Editora Brasa), a segunda publicação do quadrinista Gidalti Júnior.
Radicado em São Paulo, Gidalti superou a exclusão da capa do seu primeiro HQ, “Castanha do Pará”, de 2017, em uma exposição em Belém, após a ilustração ser criticada por pessoas ligadas a policiais militares. Nessa capa, o personagem – é um adolescente que pratica atos infracionais e cujo apelido dá nome à obra – aparece sendo perseguido por um policial de cassetete na mão em pleno Ver-o-Peso. A crítica acabou rendendo mais divulgação à obra vencedora do Prêmio Jabuti.
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O arte-educador e desenhista Vince Souza lançou o documentário “VHQ, Uma breve história do Quadrinho Paraense” e o livro “Breve História dos Quadrinhos Paraenses” (Secult, 2019), como resultado de uma pesquisa contemplada com incentivo cultural do Instituto de Artes do Pará (IAP). “Tivemos o registro do primeiro HQ no Pará nos Anos 70. Bichara Gaby (artista plástico e arquiteto) publicou uma entrevista com um grupo de teatro em formato de quadrinhos no jornal Folha do Norte”, aponta. “Ele também criou um personagem de HQ para O Liberalzinho (encarte infantil de O Liberal)”, completa. Ainda segundo Vince, nos anos 80 surgiram as exposições e editoras dessas publicações e, na década seguinte, com o surgimento da internet, nasceram os coletivos de HQs.
Outro artista, Alan Yango, encontrou nas plataformas de financiamento coletivo a alternativa para publicar a recente coletânea das cinco edições do HQ Maximus (Ed Universo Fantástico, 2020), de autoria dele. “Eu comecei a fazer os quadrinhos em 2007 e passei a publicar a partir de 2011 de forma independente e on line com o selo autoral Yangoverso Quadrinhos”, recorda. “É difícil conseguir apoio para publicar. As edições (independentes) esgotaram porque eu enviava para todo o Brasil, mas com a editora (o trabalho) ganhou uma visibilidade ainda maior”.