A música como elo no amor de pai para filho
A música é um dos instrumentos utilizados por artistas paraenses como Félix Robatto e Bruno Benitez, que se apropriam da sua função como artistas para estabelecer troca e amor com suas crias
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A ligação entre pais e filhos se constrói a partir de uma infinidade de situações e convivências que fortalecem na criação dos vínculos. A música é um dos instrumentos utilizados por artistas paraenses como Félix Robatto e Bruno Benitez, que se apropriam da sua função como artistas para estabelecer troca e amor com suas crias. Neste Dias dos Pais vamos saber como esses pais músicos vêm influenciando seus pequenos para se tornarem pessoas felizes e necessárias para o mundo.
O guitarrista Félix Robatto é pai de Hector, Heitor e Maria Helena e o artista garante que não tem jeito, pois a música está presente no processo de criação e educação de seus filhos. Maria Helena, 7 anos, a "Pitelzinha" como o músico a chama, já vem mostrando os primeiros resultados dessa ligação com o pai. Ela tem conhecimentos básicos nos instrumentos de cordas como ukulele e violão, mas sua atual dedicação é para os teclados.
Félix diz que o envolvimento se estabelece de forma natural, já que ele está ali no dia a dia com os filhos e se dividindo com sua arte. "Não tem jeito, desde pequena ela está envolvida com a música. A gente vai instigando na medida do possível para ver se desenvolve e acho que ela leva jeito. Fico feliz porque gosto de música e gosto da minha filha. Os meus filhos todos se interessam e vendo isso fico feliz em dobro", destaca Robatto.
Mas antes de qualquer coisa e até de se preocupar em tocar um instrumentos em si, o guitarrista diz que a sua principal preocupação é passar a mensagem de como funciona a magia da música. "Antes de entender o instrumento eu faço ela entender como funciona a música. Tocar é a parte mecânica, mas existe algo muito mais profundo, por isso é importante entender como funciona a música", acrescenta.
A arte que passa de pai para filho
O multi-instrumentista Bruno Benitez vem reproduzindo com os filhos Ian e Luna o que seus pais também lhe proporcionaram. Bruno acredita que a música acaba sendo o elo da família, já que os encontros, as conversas e o dia a dia são cercados pela arte da música.
“Eu cresci vendo meu pai tocar e minha mãe é pianista. Então essa minha introdução na música foi bem natural e surgiu de forma bem independente. Comecei tocando e reunindo com amigos. Depois que meu pai viu meu interesse passou a dividir comigo o conhecimento”, recordou Bruno.
Já o processo com os filhos Ian e Luna acaba sendo parecido, pois as crianças vêm demonstrando curiosidade e interesse pela função do pai. “Eles vão se chagando de forma bem espontânea e eu vou apresentando a eles a partir da curiosidade que eles apresentam. A Luna já está no Carlos Gomes e o Ian está aprendendo em casa mesmo”, acrescenta.
Sobre a importância da arte na criação dos filhos, Bruno diz que a música abre uma outra janela na cabeça, seja da criança ou do adulto. “É muito bom manusear um instrumento, ele abre muitas janelas. E nesse mundo on-line que estamos vivendo a música é mais uma possibilidade de vínculo e afeto”, pontua Benitez.
O momento de pandemia que o mundo vive acabou sendo um período de maior troca entre os pais músicos com seus filhos. Bruno disse que teve mais tempo para se dedicar ao processo de aprendizagem do Ian. “Foi um momento em que parei mais para mostrar o que eu escuto, para ele me mostrar o que ele gosta e assim fizemos essa troca. Nesse caso a música foi distração, atividade, aprendizado e muito mais, já que ficamos impossibilitados de sair de casa”, disse Benitez.
Para o Félix o processo foi o mesmo, pois também foi um momento onde ele viu uma evolução ainda maior da filha Maria Helena com a música. “Consegui me dedicar mais e ela também, pois a música não sai da gente. Tem vezes que ela acorda e já vai para o teclado e sempre me mostra algo. Ou seja, vem sendo uma convivência mais intensa com a minha filha e com a música”, destacou Robatto.
Essa relação intensa já começa a render frutos e já mostra os primeiros passos dos filhos no trilho dos pais. Maria Helena e Ian estão iniciando seu primeiro projeto musical, que tem previsão de ser lançado no próximo mês de outubro, mês das crianças. Eles estão compondo uma banda infantil, que ainda está com o nome indefinido, mas que só falta os últimos ajustes para ser divulgado.
A banda é composta por sete crianças que vão tocar música paraense e mostrar para o mundo que os ritmos do Pará contagia todas as idades. “Eles adoram tocar música paraense e vão mostrar a pegada deles no carimbo, na cúmbia, na guitarrada e entre outros gêneros”, disse o pai coruja Félix Robatto.
Para Bruno Benitez o trabalho é a formação de uma nova geração e passar isso para as crianças é satisfatório, pois educar filhos é prepará-los para a vida, saber sobre o seu lugar no mundo e valorizar suas raízes e sua cultura.
“É nesse tipo de troca que temos a oportunidade de criar vínculos, pois os filhos crescem, vão para o mundo e o que fica são esses momentos que temos ao lado deles”, refletiu Benitez.
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