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4º Xumucuís: público em Belém confere complexidade amazônica em arte digital a partir do dia 27

Na sede do Instituto Arraial do Pavulagem, serão expostos trabalhos de 14 artistas, com entrada franca

Eduardo Rocha
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A Amazônia em toda a sua complexidade humana e social, em vídeos, fotografias, pinturas, instalação, performance. Esse é o conteúdo peculiar e da maior importância que o público vai poder observar na quarta edição do Projeto Xumucuís: Arte contemporânea digital amazônica, a partir do dia 27 próximo, às 19h, na sede do Instituto Arraial do Pavulagem, no boulevard Castilhos França, 738, em Belém. A entrada será franca. Essa iniciativa é pioneira na confluência entre arte contemporânea e tecnologia.

Como repassa o curador e idealizador do Xumucuís, Ramiro Quaresma, pesquisador-doutor em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG, trata-se de um projeto independente e partiu da experiência dele ao trabalhar em museus em Belém e da esposa dele e produtora, Deyse Marinho. Deyse é museóloga e mestre em preservação do patrimônio cultural.

Acerca da arte digital amazônida, Ramio Quaresma destaca que “a Amazônia sempre foi muito conectada à tecnologia; os artistas daqui sempre experimentaram as inovações tecnológicas na arte e incorporam essas tecnologias em suas narrativas, com essa atmosfera líquida e pulsante da floresta”.

Desse modo, a quarta edição do Xumucuís reunirá obras de 14 artistas da região. São eles: Antonia Nayane, Melissa Barbery, Bárbara Savannah, Galvanda Galvão, Henrique Montagne, Carol Magno, Giovanna dos Reis, Moara Tupinambá, Mileide Barros Matheus Aguair e Leonardo Venturieri, junto aos amazonenses Levi Gama, Victor Zagury e Wira Tini.

Arte diversa

O vocábulo Xumucuís, como explica Ramiro Quaresma, em tupi-gruarani, é sussurro dos rios, é também um instrumento musical, o "pau-de-chuva", que imita o som das águas. Ele veio de uma obra do artista Valdir Sarubbi da década de 1970.

Na mostra, vai ser possível ao público observar imagens de elementos naturais, como seres humanos dos povos tradicionais, como ribeirinhos, quilombolas e indígenas, interagindo com ecossistemas formados por rios, vegetações e animais, expondo a diversidade regional. Entretanto, os artistas inovam na composição dos trabalhos, a partir do uso de recursos tecnológicos, criando novas perspectivas, novos cenários e novas sugestões aos espectadores, a partir de olhares individualizados.

Ramiro Quaresma pontua que para se chegar na mostra a ser aberta na semana que vem, ocorreram duas formas de seleção de trabalhos, ou seja, “artistas convidados que já fazem parte de nosso acervo do Museu de Arte Xumucuís e artistas selecionados a partir de um chamamento público que fizemos em 2024”. “A curadoria utilizou como referência a obra de Paes Loureiro (poeta João de Jesus Paes Loureiro) para criar um recorte que representasse a arte visual da Amazônia em toda sua complexidade”, acrescenta. Por essa fala, dá para conceber o diálogo entre as expressões artísticas na exposição.

“A arte da Amazônia é diversa como este território, mas se tem algo que une e entrelaça é essa capacidade de pensar além do real, indo em direção ao imaginário, e a luta contra as adversidades, uma arte que revoluciona”, finaliza Ramiro Quaresma.

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