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2º Arrastão do Pavulagem encanta milhares de pessoas neste domingo

A animação contagiante da festa começou às 10h e contou com a participação do governador Helder Barbalho

Bruno Menezes | Especial para O Liberal

A explosão de cores, sons e danças tomaram conta Avenida Presidente Vargas na manhã deste domingo (23) com o segundo Arrastão do Pavulagem 2024. Milhares de pessoas participaram da celebração, entre brincantes, dançarinos e artistas dos mais variados gêneros, que espalharam alegria durante todo o trajeto do cortejo.

A festa começou pontualmente às 10h, com o batuque intenso e ritmado de tambores que anunciaram o momento de os participantes partirem da Praça da República, e seguirem seu trajeto arrastando uma multidão pela Avenida.

Não havia quem ficasse parado diante da animação contagiante propagada pelos batalhões do arrastão. Os dançarinos, os porta-estandartes, os pernaltas, os músicos, cada ala do cortejo trazia sua beleza e sua expressão cultural, através de um encantamento compartilhado por todos os brincantes.

O governador do Pará, Helder Barbalho também se entregou à diversão do momento e participou do arrastão junto com os brincantes. Segundo o chefe do executivo, o Arrastão do Pavulagem é uma festa multicultural e que pode ser apreciada por todas as pessoas.

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O arrastão do Pavulagem também é um evento de encontro e celebração familiar. Aurora Galate é professora e vive intensamente a alegria do evento, um sentimento que é compartilhado juntamente com seus parentes.

“Nossa família vive o Pavulagem, meu neto nasceu nesse grupo, a mãe dele dança, a tia, a avó, a bisavó, a namorada, todos estão na manifestação e isso é uma coisa linda, é algo que me deixa arrepiada. É um sucesso essa manifestação é um movimento que a gente tem que valorizar”, relatou a professora.

Pavulagem que une casais

O som marcante dos tambores do Pavulagem encanta há anos o pedagogo Antônio Carlos Sampaio, que tem deficiência visual, mas sempre acompanha o arrastão ao lado da esposa, Ana Paula Bona. Ele conta que as músicas tocadas durante o evento fazem parte de sua vida e trazem uma emoção única.

“Passam os anos, mas permanece viva essa emoção, esse sentimento de pertencimento, dessa ancestralidade, esse som remete a algo muito importante pra gente, é algo visceral, é uma emoção esse tambor, esse maraca, essa questão rítmica do cortejo que é muito importante na nossa vida”, explica.

A pedagoga Ana Paula Bona divide a mesma paixão do marido pelo Arrastão do Pavulagem. Ao lado do filho pequeno, ela acredita que essa tradição cultural deve ser passada de geração para geração.

“Eu acompanho desde os meus 15 anos e foi amor à primeira vista e escuta. Quando eu vi o boizinho passando e ouvi os tambores, eu fiquei paralisada, aí só veio as lagrimas e quando a gente se conheceu começamos a vir juntos. É algo muito forte na nossa e é uma tradição que a gente ta passando para o nosso filho. Antes eu não conseguia explicar o que eu sentia, mas hoje eu posso traduzir em palavras: esperança. O Nosso filho ta levando a responsabilidade de fazer continuar o Arraial do Pavulagem”, relata a pedagoga.

Em sua 37ª edição, o Arrastão do Pavulagem traz neste ano o tema “Arraial do Saber”, um título que faz uma homenagem direta as produções artísticas feitas por mestres da Amazônia, numa grande celebração à cultura paraense e aos conhecimentos ancestrais que fazem parte da identidade regional.

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