Corpo de piloto de avião que caiu em Belém é enterrado em Marabá

Foi enterrado, na tarde desta segunda-feira (20), por volta das 16h, em Marabá, sudeste paraense, o corpo do piloto Paulo Roberto Melo Marinho, de 51 anos, que morreu, no último sábado (18), na queda de um avião monomotor no Conjunto Amapá, no bairro do Souza, em Belém.

Familiares e amigos deram um último adeus no Cemitério da Saudade, no bairro de Nova Marabá. Entre alguns presentes, a mãe de Paulo e os quatro filhos dele.

O corpo foi velado, desde a tarde do último domingo (19), no Aeroclube do Pará, em Belém, como forma de homenagem organizada pelos colegas de trabalho.

Na manhã desta segunda, por volta das 10h, dois amigos dele, o piloto Cláudio Collere e o copiloto Tiago Bueno, fizeram o traslado em um monomotor do Aeroclube até Marabá, onde moram os familiares.

A chegada foi por volta das 12h20, seguindo com velório em uma igreja evangélica no bairro de Novo Horizonte. 

Mais de 15 anos de experiência como piloto

Ao todo, Paulo Roberto tinha mais de 15 anos de experiência como piloto de avião, mas também trabalhava com venda de acessórios para eletrônicos, como aparelhos carregadores e baterias.

Ele ele morava há sete anos na capital paraense, e a única parente que mora em Belém é uma sobrinha, que esteve no velório do Aeroclube.

De acordo com amigos do piloto, o monomotor Cessna 210 prefixo PR-DVR, que atingiu uma vila de casas, estava em voo de demonstração para ser vendido.

O monomotor decolou do Aeroporto Brigadeiro Protásio de Oliveira, por volta das 12h45, e fez um rápido sobrevoo no bairro do Marco antes de cair. 

Segundo documento disponível no site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o monomotor foi fabricado em 1979 e tinha certificado de aeronavegabilidade (condição de voar) até 14 de julho de 2022.

Ainda segundo o documento, a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) também estava em dia.

Estado de saúde dos tripulantes

Dos três tripulantes que foram resgatados com vida, Delvano Silva Rodrigues, mecânico de hélices, e Antônio Carlos Frazão, comprador da aeronave, seguem em estado de saúde estável, conforme informou, no fim desta tarde, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), onde eles estão internados.

Já o também mecânico de hélice José Ramos de Andrade recebeu alta médica, do HMUE, na manhã do domingo (19).

INVESTIGAÇÃO

Investigadores do Primeiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa I), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), realizaram, ainda no dia do acidente, ação inicial envolvendo a aeronave de matrícula PR-DVR.

"A ação inicial tem por objetivo coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos", informou o Cenipa em nota.

"A investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram", acrescentou.

Segundo o Centro, a necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes garante a liberdade de tempo para a investigação.

"A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo Cenipa terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente", concluiu a nota.