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Coronavírus em Santarém: mapeamento auxilia acompanhamento dos casos

Os mapas solictados pela 8ª promotoria de Justiça da Saúde de Santarém mostram casos confirmados e em análise, por bairros, e têm caráter pedagógico

João Thiago Dias / Com informações do MPPA

A 8ª promotoria de Justiça da Saúde de Santarém, desde o dia 20 de abril, solicitou às secretarias municipal e estadual de Saúde, a composição de um mapa com os casos confirmados e suspeitos de covid-19, distribuídos por bairros. A intenção é que a população visualize o avanço da contaminação na cidade. Mensagens e dicas relacionadas à doença também são incluídas no material distribuído por meio de rede social. Santarém já têm 220 casos confirmados até o dia 11 de maio, e 15 óbitos.

O mapeamento mostra, também, as regiões do Eixo Forte, várzea e planalto. É composto por desenhos de “bonequinhos”, conforme os casos: vermelhos - confirmados; amarelos - em análise, e pretos, indicando óbitos. Ao longo de 22 dias, os números saltaram de 29 casos confirmados em 14 bairros, para 220, divulgados na segunda-feira, 11 de maio. Nesta data somente os bairros do Amparo, Cambuquira, Urumari, São Francisco e Maracanã I não indicavam confirmações ou suspeitas.  

De acordo com a promotora de Justiça Lilian Braga, o mapeamento tem caráter pedagógico, pois a população pode visualizar a situação no seu bairro e intensificar as medidas de cuidado para evitar a contaminação. Desde o dia 4 de maio também é divulgado o mapeamento da região oeste do Pará e Tapajós, com os números por município. A região soma 383 casos confirmados em 17 municípios.

A promotora relata que o MPPA tem sido constantemente acionado para acompanhar a expansão das contaminações em Santarém e em toda região, e as políticas públicas de prevenção ao novo coronavírus.

Já foram expedidas Recomendações voltadas para a proteção das comunidades rurais e populações tradicionais, adequação das feiras e mercados, garantia de merenda escolar aos alunos, proteção de idosos em asilos e da população  de rua, fiscalização de embarcações, portos e aeroportos, atendimento adequado em hospitais da rede particular e outras ações, como reuniões e ajuizamento de ações.

O uso de recursos públicos na pandemia também é acompanhado. Em Santarém, a 9ª promotoria fiscaliza os recursos utilizados no Hospital de Campanha e já solicitou divulgação transparente em site específico, dos contratos e demais informações da gestão do hospital.

A promotora de Justiça Lilian Braga destaca que é necessário dialogar com os outros municípios da região do Baixo Amazonas, uma vez que para o atendimento da alta complexidade, o município de Santarém é que vai receber esses pacientes.

“Atendemos uma população que vai desde Almeirim até Jacareacanga. Se nós não tivermos medidas eficazes de enfrentamento à prevenção dessas contaminações, nós não teremos sistema de saúde capaz de atender”.

Outra preocupação é em relação ao número de leitos de UTI disponíveis no Hospital Regional e os que poderão ser montados no Hospital de Campanha. No dia 7 de maio, estavam 100% ocupados e houve necessidade de liberar de outros setores para suprir. “Porém, não são suficientes para a quantidade da população que nós temos”, alertou.

Segundo o MPPA, é por isso que é feito o acompanhamento do cumprimento das medidas de isolamento social, os decretos e demais ações. "Se for necessário, adotará as providências para garantir o direito à saúde e proteção da população", informou o MPPA.

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