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Setor produtivo lança SB COP e se compromete com agenda climática para COP 30

Evento foi realizado na capital federal nesta segunda (10) e contou com a participação do governador do Pará, Helder Barbalho. Primeiros resultados devem ser divulgados até julho.

Gabriel da Mota

Brasília foi palco, nesta segunda-feira (10), do lançamento da Sustainable Business COP 30 (SB COP), uma iniciativa promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para reunir contribuições do setor produtivo à agenda climática e levar recomendações formais à Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém. O evento contou com a participação do governador do Pará, Helder Barbalho, do presidente da CNI, Ricardo Alban, do presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, e de outras autoridades ligadas à COP e ao setor produtivo brasileiro.

Segundo os idealizadores, a SB COP é um espaço para articulação empresarial diante da crise climática, inspirada no modelo do B20, fórum do setor privado que assessora o G20. Com o objetivo de consolidar recomendações ao governo brasileiro para as negociações da COP 30, a iniciativa pretende formalizar compromissos para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e desenvolver iniciativas que impulsionem a economia verde. O grupo dividirá seus trabalhos em seis eixos temáticos: transição energética, economia circular e materiais, bioeconomia, transição justa, financiamento climático e segurança alimentar.

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Ricardo Alban, presidente da CNI, explicou que a SB COP busca combater o estigma associado ao Brasil com relação à degradação ambiental, como os índices de desmatamento, em detrimento do potencial de crescimento econômico na transição energética graças às reservas florestais do país. “Chegamos à conclusão de que, nessa COP, podemos ser mais vidraça do que vitrine. E nós, do setor produtivo, temos um compromisso com sustentabilidade. Quem não quer associar o seu valor de marca à imagem de sustentabilidade?”, pontuou Alban.

Helder defende agenda transversal para o desenvolvimento sustentável

O governador do Pará, Helder Barbalho, participou de modo online e ressaltou a importância de uma agenda transversal que envolva o setor produtivo na conciliação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. "Sob a liderança do governo federal e do presidente da COP, o embaixador André Corrêa do Lago, nós teremos a capacidade de mostrar para o mundo os compromissos do Brasil e o que ele tem feito na redução das emissões, no combate às ilegalidades ambientais, na redução do desmatamento", afirmou. Ele destacou que o desmatamento no Pará caiu pela metade desde 2018, passando de 4.400 para 2.200 quilômetros quadrados em 2024.

Barbalho também reforçou a necessidade de mobilização do sistema financeiro para viabilizar crédito a iniciativas de bioeconomia e integrar conhecimento científico e ancestral para ampliar essa atividade econômica. "Nós queremos, fortemente, fazer da bioeconomia uma nova vocação do estado do Pará, inclusive deixando como legado o Parque de Bioeconomia da Amazônia, que estará sendo entregue por nós quando da COP 30, em novembro", afirmou.

O governador também anunciou um marco histórico na agenda de restauro florestal:

"O Pará estará no final do mês de março na B3 em São Paulo fazendo a primeira concessão de restauro do Brasil, fazendo com que área pública, grilada e desmatada, possa, com parcerias com a iniciativa privada, estabelecer um conceito de restauro deste ativo florestal mediante a remuneração ao privado e à geração de emprego".

O projeto prevê R$ 1,5 bilhão em investimentos, retorno de R$ 250 milhões e a criação de 2.000 empregos.

A importância do setor privado para a transição verde

O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, enfatizou que a conferência será uma oportunidade única para apresentar ao mundo a relevância internacional do Brasil. "O setor privado é, no fundo, quem vai executar a maior parte das decisões que os governos tomarão. Nós precisamos do setor privado na COP 30 mais do que em qualquer outra COP. É uma oportunidade única do Brasil mostrar o seu setor privado para o mundo", afirmou. Segundo ele, a SB COP contribuirá para alinhar o setor empresarial às diretrizes climáticas globais, promovendo o Brasil como um dos melhores lugares para investimentos sustentáveis. "Nosso país, que, em desenvolvimento, já atingiu coisas extraordinárias, tem que se apresentar para o mundo como o melhor lugar para os investimentos das empresas que acreditam na sustentabilidade".

A iniciativa da CNI foi elogiada pelo presidente da FIEPA, Alex Carvalho, que destacou a relevância do setor industrial para a transição verde. "O movimento SB COP busca, fundamentalmente, aproximar o setor produtivo, no nosso caso a indústria, da agenda climática e dos compromissos globais reafirmados pelas nações. Com a realização da COP em Belém, isso nos traz uma oportunidade única de integração e promoção de um novo modelo de desenvolvimento econômico para a Amazônia, pautado na sustentabilidade socioeconômica e ambiental".

Os primeiros resultados dos trabalhos da SB COP devem ser divulgados até julho, antes da COP 30. A expectativa é que as recomendações do setor produtivo sejam levadas às negociações formais do evento, consolidando um modelo de desenvolvimento que combine crescimento econômico e responsabilidade ambiental.

COP 30