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Secretário municipal de Relações Exteriores de SP destaca potencial e desafios da Amazônia na COP-30

Aldo Rebelo afirmou que Belém tem capacidade para sediar o evento, porém, atentou para a importância das pautas discutidas não ficarem apenas nas questões climáticas, chamando atenção para demandas socioeconômicas da região

Amanda Martins

O secretário municipal de Relações Exteriores de São Paulo, Aldo Rebelo, esteve em Belém na última sexta-feira, 22, e realizou uma palestra magna intitulada "COP -30 Desafios Para o Brasil", no Centro Cultural Sesc Ver-o-Peso, no bairro da Campina, durante um seminário da União Geral dos Trabalhadores (UGT) sobre Mudanças Climáticas. Após o evento, ele conversou com exclusividade com o Grupo Liberal, e compartilhou sua visão sobre o potencial da capital paraense, que receberá em 2025 a COP 30, e os desafios enfrentados pela região amazônica. Rebelo também delineou suas perspectivas e a agenda do evento que ele acredita ser essencial para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

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Belém foi elogiada pelo secretário, que a classificou como uma metrópole com capacidade para sediar importantes eventos internacionais, como a conferência sobre as mudanças climáticas. Rebelo enfatizou que a cidade possui um "peso específico" para acolher o evento, como, por exemplo, ser rica em histórias e memórias.

"Eu fico preocupado é com a agenda, ou seja, porque se depender dos europeus e dos americanos só vai existir a questão do clima e vai ser deixado de lado a questão do direto ao desenvolvimento", pontuou Aldo. 


Isso porque, o secretário chama atenção para o fato da Amazônia ser uma região rica tanto do mundo quanto do Brasil e, ao mesmo tempo, detentora de um dos piores indicadores sociais. Rebelo destacou o analfabetismo, mortalidade infantil e a falta de saneamento básico na região como assuntos que merecem maior atenção das autoridades na COP 30.

"Nós queremos discutir a proteção do meio ambiente, mas também queremos discutir o direito da Amazônia e o direito do Brasil ao desenvolvimento que os europeus e os americanos já alcançaram", acrescentou sobre a importância de uma agenda abrangente, que vá além das questões ambientes e também fale sobre as demandas socioeconômicas da região. 


O secretário afirmou que o Estado, com o apoio do Governo Federal, tem todas as condições de oferecer uma COP 30 com as "melhores expectativas do Brasil e do mundo", mas para isso haverá necessidade de investimentos para garantir o sucesso do evento. No entanto, Rebelo também alertou para os desafios que a região enfrentará, especialmente diante da pressão internacional sobre a Amazônia. Ele criticou a visão limitada de alguns países ricos, que veem a Amazônia apenas como um "reservatório de carbono" ou uma "reserva ambiental", negligenciando o direito ao desenvolvimento da região e sua população. 

O secretário destacou que a Amazônia pode proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo,  promover o desenvolvimento econômico de forma sustentável, mas isso exige uma abordagem equilibrada e uma agenda clara. "A outra agenda que devemos propor ao mundo é a Amazônia vai proteger o meio ambiente. A Amazônia vai se desenvolver com responsabilidade ambiental. Mas, no direito ao desenvolvimento, nós não vamos abrir. Em resumo, há uma agenda do mundo para a Amazônia. É preciso que o Brasil apresente a agenda da Amazônia para o mundo", complementou.


Perspectivas positivas 


Rebelo enfatizou a necessidade de investimentos e apoio do governo federal para garantir o sucesso de tais empreendimentos, mas reiterou a confiança em que o Pará tem potencial para liderar o caminho rumo a um desenvolvimento sustentável na Amazônia. Ele destacou a abundância de recursos naturais e energéticos da região, que podem ser explorados de forma responsável para beneficiar não apenas a população local, mas também o país na totalidade.

"Nós queremos discutir com o clima, as nossas responsabilidades, que devem ser também partilhadas com a responsabilidade dos outros. Uma parte disso que nós já fizemos, mas é preciso também que eles compreendam que nós temos o direito a elevar o padrão de vida da nossa população, a usufruir das riquezas naturais, das riquezas minerais, da biodiversidade, da fronteira agrícola que nós temos na Amazônia. Isso é uma necessidade na Amazônia, no Brasil e também no mundo que precisa de segurança alimentar, que precisa de segurança energética, e a Amazônia dispõe de todos esses meios", declarou.

Questionado sobre o que Pará tem a oferecer ao Brasil, Aldo destacou a rica história do Estado, lembrando sua contribuição fundamental para a independência do país e sua participação nos movimentos sociais, como a Cabanagem. Além disso, salientou a importância econômica do estado, evidenciada pelo seu desempenho na balança comercial, liderada pelo minério de ferro e outros recursos naturais.


"O Pará, hoje, pode ser também o grande produtor de grãos, já é o segundo rebanho bovino no Brasil. O Estado também é um grande produtor de energia, exporta energia para o Sul e para o Sudeste e pode produzir ainda mais. Então, o Pará já oferece ao Brasil muito mais do que ele recebe. E o Pará tem que dizer ao Brasil que ele tem direito a continuar a se desenvolver, a aproveitar mais fontes de recursos minerais que estão disponíveis, como essa renda", pontuou. 
 

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