Restaurante-escola é inaugurado no Pará e impulsiona o turismo na Amazônia
O projeto faz parte dos preparativos da cidade para a COP30
O Museu de Ciência da Amazônia (MuCA) inaugurou em Belterra, no oeste do Pará, seu restaurante-escola, um projeto inovador que alia turismo sustentável, capacitação comunitária e valorização da gastronomia de base florestal. Instalado na Casa 1, o espaço impulsiona a economia local e integra as ações preparatórias para a COP30, evento que colocará a Amazônia no centro das discussões sobre sustentabilidade e bioeconomia.
O Centro de Cultura Alimentar, como foi batizado o restaurante-escola, não apenas capacita moradores, mas também fortalece a produção agroflorestal e estimula a geração de renda a partir dos recursos e saberes amazônicos.
Na COP30, o MuCA, em parceria com o Sebrae, terá um papel estratégico como anfitrião da floresta. A Casa 1 será um dos principais pontos de visitação, proporcionando aos participantes do evento uma imersão na história, na cultura e nas práticas sustentáveis da região. O objetivo é oferecer uma vivência autêntica junto às comunidades locais, promovendo um contato direto com a realidade amazônica.
A cozinha do restaurante-escola é abastecida por ingredientes cultivados nos "Quintais Agroflorestais de Terra Preta", iniciativa desenvolvida pela Escola Agroflorestal do MuCA em parceria com a Earthworm Foundation. A fundação atua na mobilização das famílias locais para o fornecimento de excedentes produtivos, garantindo renda extra e beneficiando diretamente grupos como a Amabela, coletivo de mulheres agricultoras envolvidas no projeto.
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A iniciativa também representa um avanço significativo para as comunidades da Floresta Nacional do Tapajós (Flona), onde muitas famílias enfrentam dificuldades para acessar alimentos. Com a estruturação dos "Quintais Agroflorestais", um modelo de economia circular será implementado, assegurando a oferta de insumos frescos e reduzindo a dependência de produtos industrializados provenientes de mercados urbanos distantes.
"Nosso objetivo é tornar Belterra um destino de imersão cultural e ambiental, criando um modelo de turismo que beneficie diretamente à comunidade. O restaurante-escola é uma ferramenta essencial para essa transformação, pois capacita moradores, incentiva o consumo de produtos locais e fortalece a identidade alimentar amazônica", afirma Luiz Felipe Moura, coordenador do MuCA.
O projeto faz parte dos preparativos da cidade para a COP30 e consolida Belterra como referência em turismo de base comunitária. Com um fluxo de 60 mil turistas no último ano, a cidade se estrutura para oferecer experiências que vão além do turismo convencional, unindo ciência, história, arquitetura e natureza.
Com três fases de produção nos Quintais Agroflorestais, o restaurante-escola garante o uso de alimentos frescos e nativos, promovendo a economia circular e reduzindo a dependência de insumos industrializados. O sucesso da iniciativa já se reflete nos resultados do projeto-piloto, com a primeira família participante alcançando uma renda mensal significativa.
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