Com a 30ª edição da Conferência Nacional das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30) se aproximando, Belém se prepara para um grande movimento econômico. Entre as principais novidades estão os pontos comerciais abertos nos empreendimentos que estão sendo entregues para o evento, como a avenida Romulo Maiorana e o Complexo do Mercado de São Brás. Vários restaurantes e quiosques esperam atrair um grande público para esses espaços durante e após a COP.
À frente da curadoria gastronômica do Mercado, o chef Paulo Anijar, por exemplo, promete uma experiência única. Outros empreendedores, como Mirle Paula dos Santos e Daniela Martins também apostam no potencial da cidade para consolidar Belém como um polo gastronômico de referência.
Para garantir o ponto comercial nas obras da COP, os empreendedores foram selecionados por meio de inscrição e cadastro em um site específico da prefeitura. Na primeira etapa, a avaliação focou no objetivo, na capacitação e no histórico do empreendimento. Ainda não houve contrato assinado entre os empreendedores e a Prefeitura de Belém. Segundo os entrevistados, isso poderá ocorrer até o final de março.
Nova Romulo Maiorana: um cenário para os negócios locais
A avenida Rômulo Maiorana, que recentemente teve reurbanizada em 2024 e continua em obras, passa a oferecer um novo formato para os comerciantes locais, entre eles Mirle Paula dos Santos, chef de cozinha de um ponto de café e tapioca.
Antes instalada em um ponto mais simples, ela agora ocupa um espaço organizado e moderno, em conformidade com as exigências da prefeitura.
A expectativa de Mirle e sua proprietária é alta: com a COP 30, acreditam que suas vendas possam crescer entre 20% e 30%, um reflexo da movimentação turística e dos novos padrões que a avenida exige.
"Foi ótimo, porque a maioria de nós vinha de barraquinhas. Agora, temos um local mais estruturado e com mais visibilidade", conta Mirle, que já se prepara para um cardápio em inglês para atrair turistas internacionais.
O novo espaço, com regras mais rígidas de organização e manutenção, visa garantir um ambiente acessível e agradável para pedestres e consumidores.
Gastronomia com raízes locais: o Mercado de São Brás como polo gastronômico
No Mercado de São Brás, a mudança também é grande. Com a previsão de funcionamento completo em abril de 2025, o novo centro comercial será um dos principais pontos de encontro da cidade durante a COP 30.
Daniela Martins, chef de cozinha e dona de restaurante, foi uma das selecionadas, inicialmente, para integrar o mercado com um ponto comercial. Ela aposta no potencial da gastronomia regional para atrair visitantes e acredita que o mercado será uma das principais atrações turísticas da cidade.
"Belém não tinha um mercado com esse padrão, com a qualidade que o Mercado de São Brás vai oferecer. A gente está trazendo uma proposta inovadora, que vai ser muito interessante para o público", explica Daniela, que trabalha com fornecedores de áreas sustentáveis.
Seu cardápio, com pratos paraenses e uma opção vegetariana, pretende ser um reflexo da cultura local com um toque moderno.
A chef também acredita que a COP 30 proporcionará uma demanda três a cinco vezes maior que o movimento atual, o que representa uma oportunidade de crescimento para o mercado e para os comerciantes locais.
O desafio de atender a diversos públicos
O chef Paulo Anijar, nome renomado da gastronomia local, foi escolhido para liderar o comitê gestor do Mercado de São Brás. Com o objetivo de criar uma mistura de alimentos e bebidas que atenda a diferentes públicos, Anijar destaca a missão de promover uma gastronomia acessível, mas de alta qualidade.
"Queremos que qualquer pessoa, seja ela do público A, B ou C, possa experimentar a culinária de Belém com um atendimento de excelência", afirma.
Com uma localização estratégica e a proposta de atrair tanto turistas quanto moradores locais, Anijar está focado em garantir que o Mercado de São Brás se torne um ponto de referência nacional e internacional.
Durante a COP 30, o mercado irá oferecer um cardápio exclusivo para o evento, com ingredientes locais e acessíveis, pensando na diversidade de necessidades alimentares dos visitantes.
"A COP vai ser um momento crucial para consolidarmos Belém como um centro gastronômico de excelência. E estamos prontos para receber o mundo com pratos autênticos e inovadores", conclui Anijar.
Outras obras em desenvolvimento
Em nota enviada ao Grupo Liberal, o Governo do Pará afirmou estar conduzindo diversas obras de desenvolvimento urbano para a construção de espaços como o Parque da Cidade, que receberá a conferência em novembro e será entregue para o usufruto da população após a COP, além de diversos novos equipamentos de lazer, como o Porto Futuro 2 e os parques lineares localizados nas avenidas Visconde de Souza Franco e Tamandaré.
Segundo o governo estadual, uma vez entregues, os locais irão impulsionar o turismo no estado, e contarão com pontos comerciais cujos operadores serão definidos após processo de chamamento público que ainda será anunciado.
Já a Prefeitura de Belém informou que a previsão para o funcionamento dos pontos comerciais no Mercado de São Brás é julho. De acordo com ela, as atividades a serem desempenhadas lá serão as de gastronomia e lojas comerciais, além da feira.
A gestão do espaço será realizada por meio de concessão pública, fiscalizada pelo poder público municipal. As demais definições só serão desenhadas quando a nova administração assumir o comando do espaço.