COP 30: ONGs celebram a escolha de Belém para sede do evento mundial
'É extremamente simbólico que essa reunião ocorra justamente em um estado da Amazônia', destaca pesquisadora do Imazon.
Representantes de ONGs e organizações que defendem as pautas da sustentabilidade ambiental e de inovações sociais comemoraram a escolha de uma cidade da Amazônia para a realização do debate mundial sobre as mudanças climáticas, que, em grande medida, passam pela própria preservação da floresta amazônica.
“É extremamente simbólico que essa reunião, que nunca ocorreu no Brasil, ocorra justamente em um estado da Amazônia, já que a principal fonte de gases de efeito estufa no Brasil é relacionada ao desmatamento e, grande parte disso na Amazônia”, observa a pesquisadora Brenda Brito, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Outra pauta, importante elencada por ela, é a redução do uso de combustíveis fósseis, que também emite gases de efeito estufa. “Vejo um grande dever de casa que terá que ser feito pelos políticos e pela sociedade local de entender o que é a COP, as oportunidades e também de alinhar compromissos, como o desmatamento zero e a adoção de fontes de energia renovável”.
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A vice-diretora executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), instituição que promove inovações sociais junto a empresas e investidores, Fernanda Bombardi, destacou que a realização da Conferência das Nações Unidas em Belém evidencia no Brasil e no mundo a preservação da Amazônia e o potencial da bioeconomia na região. “Esse cenário é positivo para o fortalecimento do ecossistema de investimento e negócios de impacto, tanto em Belém como no Brasil. Iniciativas como a Coalizão pelo Impacto poderão se fortalecer e identificar oportunidades tanto de potenciais investimentos como de surgimento de novos negócios que visam resolver problemas sociais e ambientais”.
A ONG Rare Brasil, que atua em áreas costeiras do Pará, acredita que a COP em Belém vai possibilitar o fortalecimento das políticas socioambientais no país e no estado, com a expectativa de participação dos povos da Amazônia. "Esperamos que, com a escolha de uma cidade amazônica como sede da COP, tomadores de decisão tenham a oportunidade de estar no bioma que tanto se discute conservar, e possibilitem planejamentos para uma conferência que defina metas ambiciosas e factíveis para sua implementação. Será uma ótima oportunidade de garantir uma maior participação de comunidades tradicionais e populações indígenas em discussões estratégicas”, disse Monique Galvão, diretora executiva da Rare Brasil.
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