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Marina Silva diz que COP 30, em Belém, exige esforços e confiança global

Em Baku, no Azerbaijão, durante a COP 29, a ministra destacou a importância do Brasil como anfitrião da COP 30, que será realizada na capital paraense no próximo ano

Fabyo Cruz

Neste sábado (23/11), durante coletiva de imprensa na COP 29, em Baku, no Azerbaijão, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância do Brasil como anfitrião da próxima Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 30, que será realizada em Belém no próximo ano. Segundo ela, o Brasil tem uma “grande responsabilidade” em liderar um evento que, mais do que nunca, deve ser marcado pela cooperação global e pela confiança mútua entre os países.

A ministra afirmou que o sucesso da COP 30 depende de um “esforço coletivo” envolvendo não apenas os países signatários do Acordo de Paris, mas também a sociedade civil e a comunidade científica, em um movimento que exija transparência e comprometimento. Ela também ressaltou que o evento será um momento decisivo para alinhar os compromissos globais em relação às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — metas de redução de emissões de gases do efeito estufa estabelecidas por cada país.

“Em Belém, nós temos que estar alinhados com NDCs que sejam robustas e ambiciosas, para podermos enfrentar aquele que é um dos maiores desafios da humanidade”, afirmou. “É preciso, agora mais do que nunca, buscar um alinhamento com princípios de solidariedade e fraternidade, fundamentais para uma cooperação que realmente funcione”, destacou.

Para Marina Silva, os resultados das próximas conferências dependem de um entendimento profundo entre os países e de um “realinhamento em relação à função essencial de um processo multilateral, que é a confiança”. A ministra relembrou como a pandemia de Covid-19 evidenciou a necessidade de colaboração global, assim como a crise climática tem demonstrado que o esforço individual de um país não é suficiente para conter os efeitos das mudanças climáticas.

Usando uma metáfora inspirada nas mulheres indígenas da Amazônia, Marina comparou a colaboração global ao ato de “fiar”. Para ela, construir a confiança necessária para que os países honrem suas promessas é como tecer fios em conjunto, transformando algodão em algo que “aquece e protege a vida”.

“Que possamos assumir o compromisso coletivo de que a COP 30 será ‘fiar juntos’. Confiança e fiança no sentido de garantir um futuro mais justo e sustentável para todos”, disse a ministra, reforçando o comprometimento do Brasil com metas ambiciosas de combate ao desmatamento e à redução de emissões.


Compromisso com o clima


A ministra também reforçou o papel do presidente Lula, que, segundo ela, está “altamente comprometido” com o desmatamento zero e com a implementação das NDCs brasileiras de forma exemplar. A ministra afirmou que o governo brasileiro deseja que a COP 30 em Belém simbolize a liderança climática do Brasil, mas com o apoio internacional.

A COP 29 em Baku focou na questão do financiamento climático, um ponto crucial para permitir que os países cumpram suas metas. Marina Silva destacou que, além de estabelecer compromissos claros em relação ao limite de 1,5°C para o aumento da temperatura global, o mundo deve unir esforços para garantir o financiamento necessário para viabilizar a transição para uma economia de baixo carbono.

COP 30