Helder Barbalho aponta COP 30 como ‘chance histórica’ para Amazônia
Em entrevista ao Canal Livre, governador detalhou medidas contra os incêndios florestais e discutiu como conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental na Amazônia.
O governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou que a COP 30, que ocorrerá em Belém no próximo ano, é uma "chance histórica" para o Brasil liderar a agenda ambiental global e valorizar a ‘floresta em pé’. Em entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes, neste domingo (1), o governador detalhou medidas contra os incêndios florestais e discutiu como conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental na Amazônia. "Floresta viva tem que valer mais do que floresta morta", destacou.
Helder Barbalho defendeu a urgência de ações contra o aumento dos incêndios florestais, que têm crescido nos últimos meses. Ele informou que, em resposta a esse aumento de 50% nos focos de queimada em julho e 40% em agosto de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o governo estadual decretou a proibição do uso de fogo para manejo e limpeza de pastagem por 180 dias em todo o estado. “A medida que tomamos é proporcional à urgência e aos dados que verificamos", explicou.
O governador também destacou a complexidade da fiscalização em um território onde 70% da área é de jurisdição federal, incluindo reservas florestais e indígenas. “Quando o governo aponta as diretrizes, ele estabelece quais são as orientações, e cabe a nós, de forma integrada — Poder municipal, estadual e federal — estabelecer a fiscalização necessária”, afirmou. Segundo ele, é fundamental a colaboração entre os diferentes níveis de governo para impedir práticas que possam incentivar o uso inadequado do fogo.
Sustentabilidade e economia verde
Helder Barbalho defendeu uma estratégia de desenvolvimento sustentável que combine produtividade econômica com preservação ambiental, sem a necessidade de expandir atividades sobre a floresta. “Não precisamos derrubar uma árvore sequer para ser o maior produtor de pecuária do Brasil. Basta mudar o conceito de pecuária extensiva para intensiva", afirmou. Ele sugeriu dobrar a densidade de gado por hectare, o que permitiria aumentar a produção sem avançar sobre novas áreas de floresta.
O governador enfatizou a importância de valorizar a floresta em pé por meio da bioeconomia, do mercado de carbono e de pagamentos por serviços ambientais. “Floresta viva tem que valer mais do que floresta morta”, reiterou, explicando que a economia verde é uma alternativa para agregar valor ao bioma amazônico. Ele destacou que o Pará gerou um crédito de 156 milhões de toneladas de carbono entre 2020 e 2023, atualmente comercializado a um valor superior ao preço médio do mercado global.
Preparativos para a COP 30
Sobre a preparação para a COP 30, o governador afirmou que o estado já está trabalhando intensamente para garantir uma infraestrutura adequada para receber entre 40 mil e 60 mil visitantes, incluindo 140 chefes de Estado. Ele destacou a construção de seis novos hoteis, a contratação de dois navios de cruzeiro para servir como acomodações temporárias e parcerias com plataformas de aluguel de imóveis, ampliando significativamente a capacidade de hospedagem da capital paraense.
O governador defendeu a importância do evento para posicionar o Brasil como líder na agenda ambiental global. “É uma oportunidade extraordinária de fazer o maior evento internacional político do mundo e colocar a Amazônia no centro do debate”, afirmou. Ele destacou que a COP30 será a "COP da Floresta", uma chance para discutir soluções baseadas na natureza e obter financiamento climático para projetos de conservação e desenvolvimento sustentável.
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