Hana Ghassan avalia carta da COP-30 e reforça expectativa por compromissos concretos
Para ela, o evento tem potencial para ser um dos mais relevantes da última década, consolidando um comprometimento real das nações contra as mudanças climáticas.

A carta pública divulgada na segunda-feira (11) pelo presidente brasileiro da COP 30, André Corrêa do Lago, sinaliza a necessidade de avançar para uma nova era nas negociações climáticas e estabelece a conferência de Belém como um marco nesse processo. A avaliação feita pela vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, em entrevista ao Grupo Liberal destaca a importância do evento tanto para o avanço das discussões ambientais quanto para o desenvolvimento da capital paraense.
“Temos uma grande expectativa de que a COP 30 traga avanços efetivos. Essa é uma expectativa não apenas nossa, mas do mundo todo. Saber que esse alinhamento está refletido na carta divulgada reforça a importância da conferência”, afirmou Ghassan. Para ela, o evento tem potencial para ser um dos mais relevantes da última década, consolidando compromissos concretos contra as mudanças climáticas.
VEJA MAIS:
Andamento das obras e legado para Belém
Com a proximidade da conferência, as obras de infraestrutura na cidade seguem dentro do cronograma previsto, segundo a vice-governadora. “Todas as obras da COP serão entregues antes do evento. Ontem, visitei o Canal da Cipriano Santos, que já tem 60% das obras concluídas e estará pronto no primeiro semestre. Isso significa que as famílias da área já não enfrentarão alagamentos”, destacou.
Ela reforça que os investimentos realizados vão beneficiar a população para além da conferência. “A COP representa investimentos em infraestrutura, capacitação da mão de obra, geração de empregos e crescimento da economia local. São obras que não chegariam a Belém sem a realização do evento”, afirmou. O planejamento da conferência envolve três comitês — estadual, federal e municipal — que atuam de forma integrada para garantir que as entregas ocorram dentro dos prazos.
Hospedagem e soluções logísticas
Com a previsão de receber até 50 mil participantes, a questão da hospedagem em Belém tem sido um ponto de atenção. No entanto, Ghassan explica que o fluxo de pessoas será distribuído ao longo dos dias de evento. “Tomando como exemplo a COP de Baku, o dia de maior lotação teve 28 mil participantes simultâneos. Isso significa que nossa capacidade de hospedagem, mesmo sem contar soluções alternativas, é suficiente”, assegurou.
Além da rede hoteleira, a conferência contará com plataformas de aluguel de imóveis, alojamentos temporários e até espaços adaptados em escolas, que abrigarão cerca de cinco mil pessoas. Outra medida em fase final de definição é a contratação de cruzeiros pela Embratur, que adicionarão mais cinco mil leitos.
Questionada sobre a preocupação com os preços praticados na cidade durante o evento, a vice-governadora afirmou que todas as soluções estão sendo planejadas para garantir acessibilidade aos participantes. “Temos trabalhado em conjunto com o governo federal e o setor privado para evitar abusos e garantir que a oferta atenda à demanda de forma equilibrada”, destacou.
Próximos passos e prioridades
Com pouco mais de oito meses até a conferência, a organização da COP entra em uma nova fase. Entre as prioridades do comitê estadual, coordenado por Ghassan, estão a capacitação da mão de obra e o programa de voluntariado. “O Capacita COP 30 já alcançou 30 mil vagas e agora iniciamos a seleção de voluntários, que atuarão na recepção e no suporte aos visitantes em diferentes pontos da cidade”, explicou.
A infraestrutura para o evento também está em fase avançada de planejamento. A empresa responsável pela montagem da estrutura já foi licitada pelo governo federal, e a cidade da COP será instalada no Parque da Cidade. Paralelamente, a mobilidade urbana é um dos focos das próximas etapas. “Nosso objetivo é garantir um transporte eficiente para que os participantes possam se deslocar com segurança e agilidade entre os pontos do evento”, afirmou.
A COP 30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro e colocará Belém no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas. Para Ghassan, o evento é também uma oportunidade para que o mundo conheça a Amazônia e seus habitantes. “Frequentemente, fala-se da Amazônia sem conhecer sua realidade. A COP é a chance de mostrar não apenas a floresta, mas as pessoas que vivem aqui e sua cultura”, concluiu.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA