Economia circular e sustentabilidade são foco do primeiro 'Climate Talks 2025' em Belém

Evento tem parceria da Embaixada da Alemanha no Brasil e reúne representantes de diferentes setores

Maycon Marte
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O debate climático realizado na primeira edição do “Climate Talks 2025” trouxe o tema: “COP 30 e Economia Circular – contribuições locais para o combate às mudanças climáticas”. O encontro acontece nesta quinta-feira (24) e é fruto da parceria entre o governo do estado e a Embaixada da Alemanha no Brasil, que já realiza projetos na área ambiental. Entre os exemplos detalhados pelo porta-voz da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Rodolpho Zahluth Bastos, estão o reuso dos restos do pirarucu na confecção de bolsas, o artesanato com látex e o reaproveitamento de óleos na produção de sabão, por exemplo.

Os debates do evento são realizados no Centro de Treinamento e Formação Ambiental da Semas e iniciaram na manhã desta quinta-feira. As trocas seguem na programação da tarde, com oportunidade de discussão com representantes do estado, da prefeitura e da embaixada. Além deles, representantes de instituições que apoiam projetos no segmento também se fazem presente, como a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA).

Economia circular e meio ambiente

Bastos é secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas e enfatiza que as ações que integram a economia circular estão diretamente ligadas à preservação mais ampla do meio ambiente, como uma reação em cadeia. Isso porque os processos se atravessam na rotina de quem mais depende dos recursos naturais, seja diretamente, como os extrativistas, ou indiretamente, na vida mais urbana, que também depende desses recursos - por exemplo, na geração de energia elétrica.

“Todo processo produtivo de qualquer produto que existe no mundo envolve recursos naturais. Mesmo a inteligência artificial hoje é gerada a partir de energia que é gerada a partir de um recurso natural”, explica.

Segundo ele, a intenção por trás desse tipo de economia é romper com a linearidade dos processos atuais, que seguem uma sequência de extração, produção, consumo e descarte. Com o viés sustentável, esse movimento inclui o reaproveitamento da matéria-prima antes do descarte, dando um novo uso ao que seria desaproveitado. Essa ação gera mais renda às comunidades locais e reduz os impactos ao meio ambiente.

“Nós precisamos trazer relevância aos temas que nos interessam. É natural que o próprio financiamento climático venha com um olhar para projetos climáticos ligados ao combate do desmatamento, mas eu costumo dizer que é preciso ampliar o olhar para dialogar sobre outras agendas”, defende Bastos, sobre a importância de se voltar a toda a cadeia produtiva, e não apenas ao que já possui destaque na pauta ambiental.

Parcerias

Além de fortalecer o debate sobre a agenda ambiental em preparação à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), a parceria com a embaixada alemã se solidifica em projetos que antecedem o evento, que ocorrerá em novembro, na capital paraense. A embaixadora alemã, Bettina Cadenbach, descreve o Pará como um ponto estratégico nas decisões ligadas à agenda ambiental. Segundo ela, esse vínculo, voltado ao incentivo de projetos sustentáveis, já vem sendo trabalhado há bastante tempo.

“O Pará é um parceiro muito importante para a Alemanha em questões do clima, da proteção do meio ambiente. Temos muitos projetos aqui com o estado e também com a cidade de Belém. E, por isso, esse é o primeiro evento de uma série que nós fazemos, que são os Climate Talks”, ressalta a embaixadora.

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O mesmo se aplica ao Sebrae, que atua diretamente na capacitação dos atores desse processo de reaproveitamento dos recursos. A entidade se dedica a auxiliar os extrativistas a se profissionalizarem, o que amplia sua capacidade de geração de renda e melhora o processo de trabalho.

“Nós temos, inclusive, incentivo a startups que venham se alojar aqui no estado do Pará, e o incentivo em dinheiro. Fizemos, no ano passado e retrasado, quase R$ 9 milhões em incentivos à bolsa para essas pessoas, por exemplo. Só para trabalhar com bioeconomia e soluções utilizando a bioeconomia”, explica o superintendente do Sebrae, Rubens Magno.

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