MENU

BUSCA

COP 30: Conferência é uma oportunidade de mostrar o Brasil como provedor de soluções climáticas

Em coletiva, Ana Toni, secretária Nacional de Mudança do Clima e diretora-executiva da COP 30 explicou sobre os preparativos para a COP e legados da Conferência para o país

Esther Pinheiro | Especial para O Liberal

Nesta quarta-feira (16), a secretária Nacional de Mudança do Clima e diretora-executiva da COP 30, Ana Toni, realizou uma coletiva virtual para abordar os principais temas da agenda climática nacional e os preparativos para a COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém.

Durante o encontro, a Toni ressaltou a importância de realizar uma COP participativa e destacou a oportunidade de, além de construir um diálogo coletivo com a comunidade internacional, colocar o Brasil como uma referência na resolução de problemas climáticos. “Não é uma COP do Brasil. É uma COP no Brasil. Essa é uma COP global. Não falaremos só sobre o Brasil, mas é uma oportunidade de mostrar nosso país como um provedor de soluções. Isso pode ser um legado muito grande para o Brasil. Mais de 90% da nossa matriz elétrica é descarbonizada, por exemplo”, pontuou.

Apesar de não ter um tema central na discussão, como a COP 28, que focou nas questões de financiamento climático, a COP 30 possui tópicos principais, como a adaptação às mudanças climáticas e o aceleração da implementação de soluções.

Círculos de liderança

Para mediar os temas que serão tratados durante a Conferência, a Presidência da COP criou quatro círculos de liderança. O “Círculo de Presidentes” será composto pelos presidentes das últimas edições da COP e terá como foco a governança climática e a implementação do Acordo de Paris. A liderança do círculo é de Laurent Fabius, que presidiu a COP 21.

O “Círculo de Ministros de Finanças” terá como foco o financiamento climático e reunirá ministros da área, especialistas, setor privado e sociedade civil para discutir a mobilização de 1,3 trilhão de dólares para financiamento climático em países em desenvolvimento. A liderança do círculo é de Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

O “Círculo de Povos” contará com a participação de indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. O objetivo é integrar às discussões internacionais o respeito pelos conhecimentos tradicionais nos debates sobre meio ambiente e mudanças climáticas. A liderança do círculo é Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

O “Balanço Ético Global” realizará diálogos em diferentes regiões e lideranças para garantir a mobilização da sociedade. O círculo será liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

Legados e diálogo

Toni frisou que, a nível nacional, além do turismo e da infraestrutura para Belém, a COP amplia as discussões de políticas públicas voltadas às questões climáticas no país. Entre os projetos citados está o Plano Clima, que está em consulta pública e deve ser apresentado na íntegra durante a COP. O Plano subsidiou a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês), que define as metas de mitigação e adaptação do Brasil para 2035, no âmbito do Acordo de Paris.

Baseado em dois pilares, o Plano Clima se apoia na redução das emissões de gases de efeito estufa e na adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos das mudanças climáticas.

A realização da Conferência na Amazônia também é uma oportunidade de aproximar a sociedade civil das discussões sobre as mudanças no clima global. “Como a COP se relaciona com o carro que a pessoa vai comprar, seja elétrico ou movido a biocombustível? Ou então com os transportes públicos? Através de ondas de valor, de inundação. As pessoas têm que entender que essas situações estão relacionadas às decisões da COP e que é necessário que os governos  combatam juntos as mudanças climáticas. O custo da inação dos governos, quem paga, são os cidadãos”, frisou a secretária.

 

COP 30