COP 27: Governadores apresentam consórcio nacional para combater mudanças climáticas
Proposta é unir esforços para proteger o clima em todos os biomas do Brasil
Grupo de governadores de todas as regiões do Brasil apresentou nesta segunda-feira (14) o Consórcio Brasil Verde na Conferência do Clima da ONU (COP 27), no Egito. A inciativa firmada para combater as mudanças climáticas deve passar a funcionar em breve, conforme anunciou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que vem liderando o movimento Governadores pelo Clima.
"Nesta COP, vamos divulgar uma carta-compromisso, resultado desse esforço em conjunto que temos feito em prol do clima. Acreditamos que que possuímos a capacidade de transformar a nossa riqueza natural em prosperidade para a população brasileira, e é o que queremos com o Consórcio Brasil Verde, além de proteger o meio ambiente", explicou Casagrande. O governador também enfatizou que o caminho para o desenvolvimento sustentável, na sua visão, passa por uma transição de matriz energética.
"Temos muito a ganhar na área econômica. O Brasil pode ser um grande fornecedor de energia renovável", acredita.
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Segundo o governador, até o momento, 24 estados concordaram em participar do grupo, e o consórcio deve ser um instrumento para buscar as metas do Acordo de Paris, que estipula uma série de medidas para conter o aquecimento global.
Protagonismo dos estados se mantém no novo governo federal
O governador do Pará, Helder Barbalho, foi um dos participantes do Encontro Governadores pelo Clima, realizado nesta segunda-feira (14) na COP 27, representando a região amazônica. Helder lembrou o histórico do protagonismo dos estados: “Os governos subnacionais brasileiros, ao longo destes três anos e 11 meses, se viram obrigados e chamados pela sociedade civil e pelo mundo para falar e demonstrar os compromissos do País”.
Com o consórcio para o clima, Helder avalia que é uma forma de somar forças para mostrar o compromisso brasileiro com a pauta. “Queremos trabalhar todos com um único viés: de mostrar ao mundo que o Brasil tem responsabilidade ambiental, com a pauta climática e com a preservação da floresta”, discursou. “Nosso país quer discutir a floresta em pé, mas que possa produzir com sua biodiversidade e que valorize e prestigie os saberes das comunidades tradicionais”, complementou.
A deputada federal eleita e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), também esteve presente, e reconheceu o papel que os governadores estaduais tiveram durante a pandemia da covid-19 de executar, segundo ela, políticas públicas independentes do governo federal para impedir mais danos à população naquele momento. “Os governadores foram gigantes do ‘apagão’ de políticas públicas na saúde. E esse é um exemplo da força que eles têm”, disse.
Segundo ela, esse tipo de esforço agora deve ser replicado para lidar com questões ambientais. “Agora, esse protagonismo não irá sumir, mas, pelo contrário, será para criar uma sinergia, por exemplo, entre um plano nacional de desmatamento e um plano estadual”, esclareceu, referindo-se ao início do mandato do novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
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