Anfitrião da COP30, Brasil diz que Amazônia pode ser fonte de soluções climáticas

O Brasil anunciará as prioridades de sua presidência na COP30 na próxima semana

Agence France-Presse (AFP)
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Em meio à incerteza do anúncio do governo de Donald Trump de que retirará o seu país do Acordo de Paris, o Brasil, que sediará a COP30 em novembro, espera que a Amazônia seja uma “fonte de soluções climáticas” com “forte” participação pública. 

A escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de colocar a Amazônia pela primeira vez no centro das decisões climáticas globais “consagra uma visão que combina realismo e esperança”, disse à Assembleia Geral da ONU André Correa do Lago, diplomata escolhido para presidir a COP30, que será realizada na cidade de Belém. 

A Amazônia está “rapidamente se tornando uma grande fonte de soluções climáticas”, desde a bioeconomia inovadora até o conhecimento tradicional, sobretudo dos povos indígenas e comunidades locais “na administração da natureza e na liderança climática”, afirmou Lago.

O Brasil anunciará as prioridades de sua presidência na COP30 na próxima semana, anunciou Lago, que já atua como diplomata, ao contrário de alguns de seus antecessores associados ao setor petroleiro e aos combustíveis fósseis, os principais causadores da mudança climática.

Entretanto, o presidente da COP30 deixou claro que o evento será marcado pela defesa do multilateralismo, a proteção e ampliação do legado institucional construído em conjunto ao longo de décadas, pelo respeito à ciência e pela “agilidade tanto na tomada de decisões quanto na implementação [do Acordo de Paris]”, que estabeleceu um teto de 1,5ºC para o aumento da temperatura em relação à era pré-industrial. 

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Embora não tenha abordado em seu discurso a decisão do governo Trump de se retirar do Acordo de Paris, em uma reunião informal com a imprensa, o diplomata havia dito que não se podia esperar quatro anos para enfrentar este problema urgente. 

Segundo ele, a mudança climática não está mais contida na ciência e no direito internacional, portanto, a adaptação não é mais uma opção. 

Neste sentido, enfatizou que é necessária uma forte participação pública na luta onipresente contra a mudança climática, que precisa incorporar estratégias entre clima, biodiversidade, desertificação e metas de desenvolvimento sustentável.

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