Sede da Cop 29 investiu em mobilidade urbana para o encontro climático
Representantes do Pará elogiam desempenho do trânsito durante o evento
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop 29), chega ao seu 8º dia de duração, em Baku, no Azerbaijão. O país sede investiu em estratégias para melhoria da mobilidade urbana durante a conferência e teve um desempenho elogiado. O isolamento de algumas ruas, a criação de faixas exclusivas e uma rota planejada com outros setores, são exemplos das mudanças adotadas. Representantes do estado presentes no encontro comentam a expectativa com a preparação de Belém, que recebe a próxima edição da conferência, em novembro de 2025.
Entre os representantes do estado presentes, o prefeito eleito de Belém, Igor Normando, destaca que a mobilidade é umas das prioridades da preparação de Belém. “Vamos ter cerca de 400 a 500 ônibus prontos para o atendimento da população e para aqueles que vão nos visitar na Cop”, afirma. Ainda celebra o legado que ficará para a capital paraense já que os “ônibus vão ser utilizados no nosso sistema convencional e no BRT”.
O secretário de infraestrutura do estado, Adler Silveira, também explica sobre a preparação de Belém, em especial, do setor de mobilidade. Ele enfatiza a realização de visitas guiadas ao aeroporto para compreender melhor a dinâmica do trânsito, por exemplo.
“A gente já tem um polígono da Cop delimitado com as principais avenidas da cidade, então estamos falando de Duque de Caxias, Almirante Barroso, Pedro Álvares Cabral e Júlio César, para que a gente possa, de fato, estudar qual é a melhor forma ter esse transporte da melhor maneira possível, e que a gente consiga trazer o nosso visitante no menor tempo possível para o evento”, enfatiza.
O sistema de mobilidade implementado pelo país sede utiliza ônibus elétricos e conta com 19 pontos de ônibus espalhados estrategicamente, além de voluntários orientando os visitantes. Nesse modelo, os anfitriões apostam em integrar as rotas dos ônibus com o setor de hotelaria, facilitando o deslocamento dos participantes. Há também faixas exclusivas, algumas linhas de ônibus funcionando 24h no trajeto entre o estádio da capital, onde ocorre o encontro climático e a estação de metrô mais próxima.
A empresária paraense Daiany da Silva, que vive há três anos em Baku, se mostrou surpresa com o desempenho no trânsito. “Eu acho que eles foram bem rápidos até nessa parte de construção, de preparar toda essa estrutura para receber a Cop”, afirma.
O coordenador internacional do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife), Pedro Bocca, que participa do evento, elogiou o sistema e algumas iniciativas, como, por exemplo, a entrega de um mapa virtual com todos os pontos destrinchados. “Forneceram um mapa virtual com todas as possibilidades. Os transportes estão conectados com a malha hoteleira, então está sendo muito fácil, é só sair perto de qualquer lugar que tem um ponto de ônibus”, diz.
E os outros da sua equipe, demonstram preocupação com a realização da Cop 30, sediada em Belém, no próximo ano. Isso porque, como afirmam, “a estrutura de Belém não é parecida com a de Baku”. “A gente fica um tanto preocupado pensando como vai ser a edição da Cop no Brasil”, observa a coordenadora de operações e eventos do grupo, Thais Rodrigues.
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Apesar das expectativas que surgem a partir da experiência no Azerbaijão, o diretor de fundação do grupo reforça. “A gente precisa fazer com que a nossa Cop seja verdadeiramente sustentável para todos os brasileiros”.