COP29: Governo do Pará rompe paradigmas para transformar a economia sustentável na Amazônia
No Azerbaijão, Estado cumpre extensa agenda de debates e esforços para a implementação de uma economia verde
No último dia da Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas na cidade de Baku, no Azerbaijão, o Governo do Pará demonstrou mais uma vez o quanto está preparado não somente para defender o desenvolvimento econômico e social a partir da floresta em pé, como já deu os primeiros passos para que a sustentabilidade seja realidade na Amazônia. Em agenda com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na sexta-feira (15), o Estado avançou para a criação de áreas demonstrativas de agricultura sustentável em Belém.
As unidades são espaços onde a Embrapa atua e que desempenham sistemas agroflorestais, sistemas de plantio direto de soja em áreas com potenciais sustentáveis. O objetivo da parceria entre o Governo do Pará e a Embrapa visa transformar essas áreas em referências na capital paraense e abri-las para visitação durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro de 2025.
“Em uma parceria entre a Embrapa e o governo do Estado, a nossa ideia é fazer isso para que durante o ano que vêm as pessoas possam ir a Belém e conhecer um pouco mais sobre soluções sustentáveis e de como é possível, ao mesmo tempo, produzir alimentos sem agredir o meio ambiente e sem emitir gás de efeito estufa”, disse o governador Helder Barbalho.
A reunião técnica de trabalho foi realizada no Hub Consórcio da Amazônia Legal com a participação da presidente da Embrapa, Silvia Maria Fonseca Massruhá, que estava acompanhada da diretora Executiva de Negócios, Ana Euler, e da assessora Sibelle Andrade. Na comitiva paraense estava também o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio; o secretário adjunto da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, e do presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Nilson Pinto.
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Agricultura regenerativa
Ainda na sexta-feira (15), o governador do Pará, Helder Barbalho, participou do painel que debateu sobre as soluções para a expansão da agricultura regenerativa e sustentável no estado do Pará, durante o evento “Seizing Regenerative Landscape Opportunities in Brazil”, promovido pela Boston Consulting Group (BCG) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), na Conferência do Clima da ONU, a COP 29.
No painel, Helder Barbalho destacou a importância estratégica da agenda em discussão, já que o Pará é um estado que tem na sua história a vocação da produção alimentar como pilar central. O governador fez uma breve contextualização sobre a trajetória histórica na formação do modelo econômico do estado, quando ocorreu um grande processo de antropização das terras para a agricultura e pecuária. Agora, o Pará busca romper com este paradigma econômico, intensificando os esforços para implementação de uma economia verde e sustentável e ambientalmente regenerativa.
“Compreendemos o grande desafio. É como conciliar o uso da terra produtiva com a preservação e a redução da pressão sobre a floresta. E nós só conseguiremos fazer isso se garantirmos, por um lado, que floresta viva possa valer mais que floresta morta”, afirmou o governador, reforçando as ações feitas pelo Governo do Pará com o Sistema Jurisdicional REDD+ e a implementação da bioeconomia utilizando da nossa biodiversidade como o açaí e o cacau.
Desde 2019, o Governo do Pará tem investido em iniciativas robustas para assegurar o equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade. Entre essas ações, destacam-se o Projeto de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que oferece compensações financeiras a agricultores, comunidades e organizações que conservam e restauram áreas florestais; o Programa Territórios Sustentáveis, que promove a regularização fundiária e apoio técnico a produtores rurais, e a rastreabilidade bovina, uma medida inovadora que garante que a carne produzida no estado esteja livre de desmatamento. O Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), que promove o reflorestamento com espécies nativas, gera créditos de carbono e integra comunidades na restauração ecológica de áreas degradadas, e o sistema jurisdicional de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) estabelece estratégias de compensação ambiental que reforçam o compromisso do Pará com as metas climáticas globais.
Com práticas como rotação de culturas, plantio de cobertura e pastagem holística, a agricultura regenerativa é fundamental para restaurar a fertilidade do solo, melhorar a retenção de água, garantir o restauro florestal e capturar carbono. A presença do governador no evento reforça a determinação do estado em integrar soluções econômicas com a proteção da biodiversidade e o bem-estar comunitário.
O evento também foi um espaço essencial para o diálogo com o setor privado, promovendo um modelo de desenvolvimento que seja economicamente viável e ecologicamente responsável. Dessa forma, o Pará se consolida como referência internacional na construção de uma economia sustentável e resiliente, além do fortalecer a liderança global do Pará na luta contra as mudanças climáticas.