COP29 encerra com meta de US$ 300 bi para financiamento climático

A meta aprovada, formalmente conhecida como NCQG, define que os países ricos devem fornecer US$ 300 bilhões anuais até 2035

O Liberal
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Após intensas negociações e um atraso de mais de 30 horas, os representantes dos quase 200 países participantes da COP 29 chegaram a um consenso: estabelecer uma meta de financiamento climático global de US$ 300 bilhões anuais. O valor acordado, embora representativo, ficou aquém dos US$ 1,3 trilhão solicitados pelos países em desenvolvimento, gerando descontentamento entre delegados e ativistas ambientais.

A decisão, oficializada na madrugada deste domingo (24/11) em Baku — noite deste sábado (23/11) no Brasil —, evitou o que seria considerado um fracasso para a cúpula do clima da ONU. A reunião, realizada na capital azeri, tinha como principal ponto de pauta o fluxo de recursos voltados para ações de mitigação e adaptação climática, aspecto crucial para a implementação de políticas de redução de emissões e proteção de comunidades vulneráveis.

A meta aprovada, formalmente conhecida como NCQG (novo objetivo coletivo quantificado, na sigla em inglês), define que os países ricos devem fornecer US$ 300 bilhões anuais até 2035. Esse montante deverá ser disponibilizado por meio de uma ampla gama de fontes financeiras, incluindo públicas e privadas, além de cooperações bilaterais e multilaterais. Contudo, a flexibilidade para utilizar recursos privados gerou críticas de ambientalistas, que defendem que o financiamento climático deveria contar com fontes públicas de maneira mais expressiva para garantir transparência e compromisso de longo prazo.

 

Baku-Belém

 

Além do financiamento de US$ 300 bilhões, a COP 29 também deu origem ao programa de trabalho Baku-Belém, um esforço colaborativo que visa atingir o valor de US$ 1,3 trilhão no futuro. Esse valor é considerado um mínimo necessário para atender às demandas de países-ilhas e nações menos desenvolvidas, as quais enfrentam impactos climáticos severos, como elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos.

Com isso, o Brasil, que sediará a COP 30, em Belém, terá a missão de liderar as próximas negociações e impulsionar o financiamento climático global em direção ao patamar de US$ 1,3 trilhão. A diplomacia brasileira, no entanto, assume uma responsabilidade menor do que teria caso a COP 29 não tivesse chegado a um acordo, o que deixaria o fracasso de Baku para ser solucionado em Belém.

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