Produção sustentável: a importância da socioeconomia e do apoio a comunidades paraenses

Implantação de sistemas agroflorestais em comunidades do Pará ajuda na conservação do bioma amazônico e amplia oportunidades de riqueza

O Liberal
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Para produzir de forma sustentável, a implantação dos sistemas agroflorestais (SAFs) virou um grande trunfo na Amazônia: o SAF é um sistema de plantio no qual culturas agrícolas são manejadas em uma mesma área e intercaladas com espécies florestais. Com esse arranjo, é possível realizar colheitas desde o primeiro ano de implantação do sistema, na entressafra de um cultivo mais longo. A associação de espécies no modelo de agroflorestas permite aos produtores diversificarem e aumentarem as suas produções e fortalecem, ao mesmo tempo, a manutenção do equilíbrio ambiental da área.

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Os projetos de sistemas agroflorestais contribuem com a meta florestal da Vale de recuperar e proteger 500 mil hectares de áreas além das fronteiras operacionais da empresa até 2030. “Além da parte ambiental, que está totalmente em linha com essa meta da Vale, também temos uma geração de renda que contribui diretamente para a meta de retirar famílias que estão abaixo da linha da pobreza”, avalia o Gerente de Relacionamento com comunidades da Vale, Edivaldo Braga. Ele pontua que, nos últimos quatro anos, a Vale apoiou a implantação de 45 hectares com projetos de sistemas agroflorestais em comunidades da região de Parauapebas.

image Cultivo de alimento (Ronaldo Rosa / Ascom Embrapa)

A iniciativa tem dois objetivos principais. O primeiro é o resgate de cultivo de espécies da floresta local, como mogno, Castanha do Pará, Pau Brasil e etc. E, em paralelo, a geração de renda com inserção de espécies produtivas no meio da floresta, como o cacau, a banana, o cupuaçu, o açaí e a goiaba. “Além destas espécies frutíferas, que geram renda a médio prazo, também temos a produção de hortaliças no primeiro ano, tornando o projeto um gerador de renda de curto, médio e longo prazo”, ressalta Braga. Com essa diversificação da fonte de renda familiar, os investimentos nos arranjo produtivos dos sistemas agroflorestais criam empregos e fomentam o desenvolvimento da agricultura local.

A renda média por família varia entre R$ 1.500 e R$ 3 mil por mês, dependendo do cultivo do projeto. Atualmente, são atendidas 45 famílias - cada uma com um hectare. Elas são de áreas de assentamentos rurais, que receberam pequenas parcelas de terras do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Meu neto quer ser biólogo. Vou deixar para ele uma floresta produtiva", planeja Osvaldo Martins, morador da Vila Nova Esperança, em Parauapebas, enquanto observa o açaí, que cresce junto com o mogno, a banana, a mandioca e, futuramente, com o cacau.

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