ITV investe em produção científica na região amazônica
Pesquisa com base em soluções tecnológicas é fundamental para conservação do meio ambiente, principalmente no ramo da mineração no Estado
A busca pela vacina contra a covid-19 é um exemplo atual que mostra o quanto a ciência é importante para a manutenção da vida. Conhecer profundamente o local onde atua um empreendimento, em qualquer atividade, é fundamental para o respeito à natureza. Com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas e científicas para as cadeias de mineração e sustentabilidade, o Instituto Tecnológico Vale (ITV), instituição sem fins lucrativos criada há 11 anos, é um exemplo de fomento à pesquisa e à ampliação do conhecimento, com diversos projetos em curso, além de um curso de pós-graduação.
O gerente de Conhecimento Científico do ITV, Guilherme Oliveira, explica que o Instituto trabalha com dois objetivos principais: fazer ciência com excelência e de nível internacional em áreas onde não há conhecimento científico e fazer com que a indústria e a sociedade, de posse desses conhecimentos, possam tomar as melhores decisões na atividade minerária.
“A gente faz pesquisa para conhecer a área em um nível de detalhe, sem igual na Amazônia, que é importante para que a sociedade saiba sobre esse ambiente que ainda é muito desconhecido. E a gente faz isso a partir de diversos aspectos. A primeira perspectiva é do ponto de vista macro, olhando para imagens geradas por satélite, que nos ajuda a entender esses ambientes e como a terra é usada ao longo do tempo, assim como compreender como estão os processos de revegetação”, detalha o gerente.
A segunda forma de pesquisa do ITV, de acordo com Guilherme Oliveira, é feita diretamente na terra das áreas de florestas e das cangas da região de Carajás. A canga é um tipo de solo caracterizado por uma crosta rica em ferro e pobre em nutrientes e por possuir pouca cobertura vegetal.
“É importante saber quais são as espécies que habitam essas áreas, com refinamento de detalhe. Se você quer fazer uma atividade industrial que seja sustentável, a primeira questão é saber quais são essas espécies. O único lugar, de toda a Amazônia, em que existe uma flora que já foi caracterizada são as cangas de Carajás, onde atuamos em parceria com o Museu Gueldi e outras instituições. Estudamos também um ambiente bastante interessante que são as cavernas que existem ao redor das serras de Carajás. Elas abrigam uma fauna única. Nós identificamos as espécies encontradas e acrescentamos as informações genéticas, utilizando essas informações para fazer o monitoramento dos ambientes. Além disso, temos a visão da ecologia, para saber como essas espécies interagem, como as populações de cada espécie estão distribuídas no ambiente”, ensina.
SOCIEDADE
Além do solo, a água e o clima também são estudados para que se já possível a compreensão das relações químicas que caracterizam a biodiversidade do ambiente, que levam também aos estudos de previsão de tempo e de mudança climática.
“Mas não podemos esquecer de um componente essencial desse ambiente, que são as pessoas. Hoje qualquer trabalho de conservação, de benefícios trazidos por uma atividade industrial tem que levar em conta as pessoas. Temos um grupo de estudos socioeconômicos que olha para as pessoas e ajuda a empresa na identificação da melhor forma de gerar valor para elas”, destaca.
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