Indústria 4.0 traz novos modelos de liderança e produção
Aplicação de alta tecnologia no processo industrial acompanha as mudanças nos hábitos dos consumidores e reduz erros nas linhas de produção
Inteligência artificial é um tema que há anos já deixou de ser exclusivo de livros e filmes de ficção científica. A indústria 4.0, também chamada de 4ª revolução industrial, tem como característica o desenvolvimento de programas digitais (hardware ou software) que respondem de forma inteligente aos padrões de um banco de dados, acelerando processos de produção. Em 2013, por meio de um projeto de alta tecnologia, o governo alemão deu origem ao termo, que compreende o grau máximo de digitalização da indústria.
No Pará, a adesão dos modelos ainda está em fase inicial, e a Vale é um dos exemplos de indústria em readequação, que utiliza o conceito para minimizar a exposição de seus profissionais às condições de risco e aumentar a produtividade.
O engenheiro Reginaldo de Andrade Santos, responsável pela frente de festão de relacionamento e mudanças da Gerência de Projetos Autônomos na Vale em Carajás, explica que para que a empresa seja considerada da 4ª onda ou da era 4.0 ela deve trabalhar com modelos de negócios que integrem ao produto as necessidades e preferências específicas de cada cliente, o que permite a adequação prévia aos desejos dos consumidores, já que são atendidos por fábricas "inteligentes".
"A empresa deve ter a capacidade de trabalhar suportada por dados e informações do mercado que a permitirá acompanhar as mudanças nos hábitos e demandas dos consumidores em indústrias de transformação de matéria prima ou de fabricação de produtos finais", ensina.
EFICIÊNCIA
Um dos diferenciais do uso das tecnologias é também a diminuição da ocorrência de erros, pois as linhas de produção mais elaboradas, com capacidade de gerenciamento de dados em tempo real, aumentam a eficiência do trabalho, diminuindo também o desperdício de insumos e principalmente de tempo.
A possibilidade de alteração e ajuste, de acordo com o engenheiro, proporciona maior controle dos sistemas que atuam de forma interconectada, organizada e interoperável.
Do ponto de vista da gestão, Reginaldo de Andrade atenta para as mudanças que devem ocorrer nas atividades de liderança, já que é exigida uma nova mentalidade.
"Será necessário (a liderança) deixar de ser pessoal para ser processual, pois os equipamentos possuem capacidade de tomada de decisão, aprendem com a execução através da inteligência artificial. Num primeiro momento é um desafio para o profissional e quebra o paradigma, pois retira do ser humano o poder de tomada de decisão e da alteração das rotinas das atividades do sistema. Outro ponto relevante é a mudança da cultura de manutenção, uma vez que não haverá tanta necessidade de paradas para preventivas, já que os equipamentos, cada vez mais inteligentes, serão capazes de prever e solicitar novas peças e manutenções somente quando realmente forem necessárias", destaca.
LINHA DO TEMPO DA INDÚSTRIA
TRANSFORMAÇÃO
A transformação profunda deverá ter como principais efeitos o aumento da produtividade, com redução de custos, controle sobre os processos produtivos e customização da produção, o que diferencia o novo contexto em relação ao passado.
"A primeira revolução industrial mobilizou a mecanização da produção usando água e energia a vapor. A segunda revolução industrial, então, introduziu a produção em massa com a ajuda da energia elétrica. Em seguida veio a revolução digital e o uso de aparelhos e dispositivos eletrônicos, bem como Tecnologia da Informação (TI) para automatizar ainda mais a produção", rememora.
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