O Brasil que dá certo Silvio Navarro 27.04.22 7h00 Na semana passada, este colunista esteve no norte de Mato Grosso e subiu a BR-163 até o Pará. É impressionante como o novo asfalto agilizou as coisas, as cidades estão crescendo e a safra não para. Aliás, o debate vai muito além do uso do trator. Os municípios se desenvolveram, a construção civil disparou e comércio e serviço são de ponta. Chegaram universidades públicas e privadas e os novos hospitais são muito bons. Sinop, por exemplo, sede da Norte Show 2022, tem escassez de mão de obra. Sobra emprego. Falta braço preparado para a tecnologia importada que já está instalada. Sorriso não é diferente e o sudoeste paraense está no horizonte dos investidores. O novo eixo do Norte é a cara do futuro. O agronegócio brasileiro é responsável por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB). É o principal pilar econômico – ainda mais forte pós-pandemia. Pelas fronteiras, responde por metade das exportações – somos o quarto maior exportador de grãos. Crescemos numa velocidade que assusta. A Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu na semana passada que o Brasil não pare de produzir. “O mundo não sobrevive sem a agricultura brasileira", disse Ngozi Okonjo-Iweala. A diretora da OMC está certa. Vou além: o Brasil não só alimenta o mundo como vestirá parte do mundo. Choveu mais cedo neste ano. A produção de algodão vai ser recorde – o dólar alto ajuda. Ainda tem soja, muito milho e o maior rebanho bovino do planeta – suínos e aves também estão no páreo. O que falta para o Brasil ser uma superpotência na agroindústria? Nada, já é. Mas é necessário avançar em infraestrutura. Depois de muitos anos, o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas fez um bom trabalho – mas fez o que conseguiu. O progresso ainda esbarra no ambientalismo xiita do pessoal que conhece o Brasil profundo de pantufas no sofá. É aquela turma que assiste ao Globo Repórter e fala na mesa do restaurante que luta para viver num mundo mais sustentável – ESG é a palavra da moda. É por causa dessa patota que atrasa o Brasil que a maior obra de trilhos não saiu do papel: a Ferrogrão, que vai ligar Sinop a Miritituba – com dinheiro privado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou parar as enxadadas porque mexeram com alguns metros de terras que os índios reivindicam no Parque Nacional do Jamanxim. São mil pessoas que se declararam donas de uma área do tamanho do Uruguai. O julgamento no Supremo está marcado para junho. Se sair do papel, a Ferrogrão será o maior duto de escoamento de grãos do País – talvez, da América do Sul. Vai desafogar a BR-163. O produtor rural brasileiro é imbatível. O resto cansa. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave agronegócio ferrogrão COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Silvio Navarro . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!