A cabeça de Geraldo Alckmin Silvio Navarro 23.03.22 8h00 O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin filiou-se ao PSB. Nas redes sociais, fez circular uma foto na qual resgata o slogan de Eduardo Campos, principal líder do partido, morto em acidente aéreo na campanha de 2014: "Não vamos desistir do Brasil". A cada dia, o ex-tucano dá sinais de estar mais perto de consolidar aquilo que parecia ser uma das grandes fake news das eleições deste ano: será o vice na chapa do ex-presidente Lula. Antes que o casamento se confirme, é importante lembrar o que ele dizia sobre o petista. A exemplo de alguns políticos frequentadores de eleições, como Ciro Gomes (PDT) e José Serra (PSDB), Alckmin acredita que nasceu para ser presidente da República. Tentou duas vezes, ambas contra o PT – em 2006, inclusive, foi ao segundo turno contra Lula. Em 2018, passou vexame numa corrida que terminou em quarto lugar, com 5 milhões de votos. Apesar do desempenho pífio, foi dele que partiu boa parte da artilharia pesada contra a esquerda. Ao eleitor petista, convém relembrar alguns momentos da campanha passada, especialmente uma vasta coletânea de vídeos e postagens nas redes sociais, produzidos em debates na TV e sabatinas para rádios e jornais. Todo o material pode ser revisitado na conta oficial do Twitter de Alckmin. Seguem alguns exemplos. "O PT, em vez de fazer autocrítica, tentou desmoralizar as leis lançando candidatura em porta de penitenciária" (TV Aparecida) "Em 2006, ocorreu o mensalão, coisa de um assalto a empresas estatais. Nós sempre estivemos do outro lado. Onde estava o PT, estávamos contra" (TV Gazeta) "São 13 milhões de desempregados, isso não começou agora. Começou em 2014. É coisa do PT e dos adoradores do Lula: Ciro, Marina, Meirelles e Haddad" (UOL/Folha de S.Paulo) "Eu combato o PT há 24 anos. Nós derrotamos o PT em São Paulo seis vezes. Não queremos que o PT volte" (Twitter) "Já tivemos a experiência do PT e vimos o resultado: 13 milhões de desempregados, criminalidade nas alturas, saúde deteriorada, contas públicas quebradas e empresas fechadas. E eles nunca assumem a responsabilidade"(Rede Globo) "O Brasil não voltará a crescer com a irresponsabilidade do PT. Quem quebrou o Brasil foi o PT. Eles ganharam eleição dando golpe no eleitor" (Rede Globo) "Sempre trabalhei, não fui desocupado, não invadi propriedades" (SBT) O acervo de críticas aos anos de PT no poder não se resume só à corrupção institucionalizada e ao desemprego recorde. Alckmin disparou contra os "17 mil sindicatos" e a necessidade de uma reforma trabalhista "para recolocar o Brasil nos trilhos". Uma das bandeiras da campanha lulista deste ano será justamente revogar avanços nessa área para ressuscitar a "república sindical". Outro ponto: Alckmin prometia acabar com a farra das estatais. "Durante os anos do PT, o partido de Dilma criou estatais como a TV do Lula e a EPL (empresa criada para fazer trem-bala, que sequer existe)", disse na TV Record. E agora se Lula quer justamente interromper a agenda de privatizações do ministro Paulo Guedes? Racionalmente e à luz da história, não há uma resposta capaz de explicar essa aliança. No PT, há quem torça contra esse casamento, mas como quem manda é Lula, os incomodados que se mudem. Ao redor do ex-tucano, como não restou quase ninguém, é crível que ele tenha uma ideia fixa. O "copiloto de Mário Covas", como se autodefine, acha que o destino o levará – de um jeito ou de outro – à Presidência da República. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave eleições 2022 geraldo alckmin lula pt psb COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Silvio Navarro . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!