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Segundo turno para a prefeitura de Belém traz projetos muito diferentes para gestão da cidade

Rodolfo Marques

O segundo turno das eleições para a prefeitura de Belém, que ocorre entre Igor Normando, candidato do MDB, e Éder Mauro, do PL, apresenta um cenário político bastante movimentado. Este embate reflete não apenas visões bem diferentes da cidade entre os candidatos, mas também os desafios e as expectativas dos eleitores em relação ao futuro da capital do Pará. O primeiro turno, realizado em 06 de outubro, teve a vitória parcial de Normando, com 329.413 votos – ou 44,69% dos válidos. O delegado Éder Mauro obteve 232.354 votos, ou 31,52% dos válidos.

Além de ter terminado a primeira volta à frente, Igor Normando conseguiu ampliar seu arco de alianças e apoios. A sua coligação – “Levanta Belém” – é a que apresenta o maior número de partidos (MDB/PSB/PRD/União/PDT/PP/PSD/Federação PSDB Cidadania). Além disso, para o segundo turno, já houve a declaração de apoio por parte de Thiago Araújo, que foi candidato a prefeito de Belém pelo Republicanos – o quarto mais votado, com 62.271 votos; do Psol e do prefeito Edmilson Rodrigues, também derrotado no primeiro turno e que obteve 78.401 votos; de Everaldo Eguchi (PRTB); e do PT e do PCdoB.

Pelo lado do candidato do Partido Liberal, o primeiro a declarar apoio após o primeiro turno foi o candidato do NOVO, Italo Abati, que conquistou 4.028 votos. Na sequência, houve a manifestação de dois nomes relevantes na política paraense. Um deles foi o candidato do Podemos no primeiro turno, Jefferson Lima, que obteve 36.354. E houve o apoio do prefeito reeleito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), que teve uma votação consagradora (229.930 votos, ou 83,48% dos válidos) no segundo maior colégio eleitoral do estado.

Igor Normando tem experiência como vereador, deputado estadual e Secretário de Estado, focando seu discurso na inclusão social e no desenvolvimento urbano. Sua campanha tem enfatizado a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde, educação e infraestrutura. Ele tenta se posicionar como a continuidade de um projeto político que busca inovar e resolver problemas históricos da capital paraense, com grande suporte do seu principal apoiador, o governador Helder Barbalho (MDB-PA).

Éder Mauro é delegado de Polícia Civil e ocupa, pela terceira vez, o cargo de deputado federal. Ele fortalece suas falas públicas nas redes sociais, com suas principais bases de apoio conectadas com as pautas da segurança pública e da geração de empregos. Ele vem se apresentando ao público apresentar como uma alternativa de mudança, prometendo um governo mais dinâmico e voltado para a iniciativa privada. Seu principal cabo eleitoral é o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL-RJ)

A polarização entre Normando e Mauro também se reflete nas estratégias de comunicação política. Enquanto o candidato do MDB busca consolidar um discurso de união e construção coletiva, o representante do PL aposta em uma abordagem mais agressiva, criticando a gestão de Edmilson Rodrigues e prometendo uma renovação integral.

Os números do primeiro turno e as primeiras sondagens eleitoral indicam um certo favoritismo ao candidato emedebista. O que se evidencia, portanto, é que a escolha entre Igor Normando e Éder Mauro não diz respeito apenas a quem ocupará o Palácio Antonio Lemos entre 2025 e 2028, mas também a que tipo de cidade os belenenses desejam construir. A COP-30, no próximo ano, é ponto bem importante de análise neste contexto.

Através das propostas apresentadas, os cidadãos e as cidadãs têm a oportunidade de refletir sobre suas prioridades e visões para o futuro, moldando assim a trajetória política e social da capital paraense nos próximos anos. 

Rodolfo Marques