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Pará na COP-29: discursos, debates e o ensaio geral para 2025

Rodolfo Marques

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 – a COP-29 – é realizada em Baku, no Azerbaijão, entre os dias 11 e 22 de novembro. O evento, que é a principal arena de discussões sobre meio ambiente e mudanças climáticas mobiliza líderes mundiais, especialistas e pesquisadores. O Pará se faz presente com sua comitiva, liderada pelo governador Helder Barbalho, do MDB (www.oliberal.com/politica/cop-29-comeca-nesta-segunda-em-baku-e-reune-representantes-paraenses-1.885068). Pelo governo federal, a delegação foi comandada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB-SP). 

A participação do Pará na Conferência torna evidente o protagonismo de estados subnacionais em questões globais como as mudanças climáticas – fortalecendo também o conceito da paradiplomacia. Em um contexto em que as negociações climáticas são dominadas por nações soberanas, a presença de representantes do estado do Pará torna ainda mais claro o papel estratégico de regiões ricas em biodiversidade e recursos naturais, como a Amazônia, na formulação de políticas ambientais conjuntas.

Outro dado representativo desse processo é que a capital do Pará, Belém, será a sede da próxima edição da conferência – a COP-30, prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. O prefeito eleito da cidade, Igor Normando (MDB), também integra a comitiva que se faz presente na antiga república soviética.

Na atual COP, o Pará trouxe à tona algumas das suas iniciativas para o combate do desmatamento no estado e na região – em programas como o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) e o “Pará 2030”, no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O discurso predominante do estado é a ideia da “floresta em pé”, na busca pelo equilíbrio entre conservação ambiental e desenvolvimento econômico.

A presença do Pará em Baku também é uma forma de contrapor, de forma estratégica, as críticas de veículos internacionais a respeito da gestão ambiental na Amazônia. A atuação do Pará na COPu29 indica, pois, uma nova tentativa de consolidar uma narrativa a partir de um âmbito local e nacional.

A globalização das pautas ambientais tornou possível que unidades federativas, como é o caso do Pará, tomassem à frente em negociações climáticas, funcionando como pêndulo entre demandas locais e posicionamentos globais.

Portanto, o Pará, ao conversar com líderes globais e buscar a apresentação de soluções inovadoras, não somente amplia sua relevância internacional, mas também mostra que a articulação entre os vários níveis de governo e a sociedade é fundamental para enfrentar as crises climáticas. Assim, o estado se situa como um exemplo de como regiões subnacionais podem contribuir de maneira significativa para os debates globais.

 

Rodolfo Marques